A União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) considerou hoje que a conferência nacionalista prevista para o próximo sábado, em Lisboa, é “um insulto ao povo português que, em abril de 1974, derrubou a ditadura fascista”.
“No ano em que se comemoram 45 anos da Revolução dos Cravos e em que, por todo o país, se festejou a liberdade e a democracia, tal iniciativa, que contraria as normas da Constituição da República Portuguesa, constitui um insulto ao povo português que, em abril de 1974, derrubou a ditadura fascista”, lê-se em comunicado da URAP.
Entretanto, um total de 65 organizações antifascistas, 28 portuguesas e 37 estrangeiras, subscreveram um manifesto contra aquele evento internacional organizado pelo grupo de extrema-direita `Nova Ordem Social´, dirigido pelo já condenado por vários crimes de índole racial Mário Machado.
A plataforma antifascista, que promete promover uma concentração também no sábado, no Rossio, Lisboa, para se manifestar contra o encontro que consideram ser de neonazis, também avançou com uma petição pública eletrónica “Contra a conferência Neonazi do dia 10 de Agosto em Lisboa”, que reuniu até agora mais de 4.000 assinaturas, apelando a autoridades políticas e aos partidos para atuarem de forma a impedir o outro encontro.
Os organizadores da conferência nacionalista só pretendem divulgar o local do seu evento, marcado para as 14H00, no próprio dia, pelas 09:00, segundo a página do fórum do movimento Nova Ordem Social na Internet, que já confirmou a presença de representantes de sete partidos e movimentos europeus de extrema-direita: Mário Machado, Josele Sanchez (Espanha), Adrianna Gasiorek (Polónia), Blagovest Asenov (Bulgária), Francesca Rizzi (Itália), Mattias Deyda (Alemanha ), Yvan Benedetti (França).
Fonte policial adiantou há cerca de uma semana à Lusa que o Serviço de Informações de Segurança (SIS) está a acompanhar “muito de perto” a conferência nacionalista.