Trabalhadores da PSA de Mangualde mantêm greve no sábado

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Os trabalhadores do Centro de Produção de Mangualde da PSA Peugeot/Citroen vão manter, no próximo sábado, a greve que iniciaram a 13 de julho, anunciaram hoje a Comissão Sindical e a Comissão de Trabalhadores.

“Retomada a laboração no Centro de Produção de Mangualde da PSA Peugeot/Citroen, a Comissão Sindical e a Comissão de Trabalhadores deparam-se com a intransigência da administração, que se recusa a reunir com estas estruturas representativas dos trabalhadores para discutir o caderno reivindicativo apresentado em janeiro de 2019”, referem, em comunicado.

Esta atitude “obriga a manter o pré-aviso de greve à bolsa de horas e ao trabalho extraordinário, já para o próximo sábado”, justificam.

Os trabalhadores anunciaram, em julho, que fariam greve todos os sábados até ao final do ano, após terem falhado as negociações.

As suas reivindicações são “o fim da bolsa de horas, a manutenção dos dois dias de descanso consecutivo, a não realização de mais de oito horas diárias de trabalho, o fim da perseguição, chantagem, pressão e repressão sobre os trabalhadores”.

Segundo a Comissão Sindical e a Comissão de Trabalhadores, “foi a arrogância social desta administração, a sua recusa ao diálogo, a sua falta de respeito para com os direitos dos trabalhadores que forçaram a marcação da greve”.

Em julho, fonte da direção da PSA disse à agência Lusa que “o acordo de competitividade é de quatro anos, termina no final destes, e só aí é que começam outras medidas, de forma a garantir o futuro da fábrica”.

A direção explicou que este “acordo de bolsa de horas com a Comissão de Trabalhadores tem ajustes” enquadrados num “calendário de reuniões com a Comissão de Trabalhadores” e, “ainda em maio, houve trabalhadores a ficar em casa uma semana, mas, agora, tem de se garantir a produção deste mês”.

“Quando se diz que se trabalha ao sábado, não é todos os sábados, porque os turnos vão rodando, há três turnos, e um turno trabalha, no máximo dos máximos, dois sábados num mês, depende do fluxo de encomendas”, acrescentou.

No entanto, segundo as duas comissões, “os trabalhadores estão confrontados com ritmos desumanos de trabalho, com condições de higiene e segurança deploráveis, com prolongamento excessivo do horário de trabalho sem remuneração, a que se junta o congelamento dos salários há seis anos”.

Na sua opinião, “este comportamento dos responsáveis pela administração do Centro de Produção de Mangualde, ao mesmo tempo que provoca a deterioração das condições sociais dos trabalhadores, tem consequências nefastas na qualidade da produção, o que pode afetar a imagem da marca e pôr em causa o futuro” daquela fábrica.

“É, por isso, tempo de os superiores hierárquicos desta administração virem ao terreno avaliar a situação e abrirem as portas do diálogo, por nós reclamado”, frisam.

A Comissão Sindical e a Comissão de Trabalhadores decidiram, entretanto, desencadear algumas ações complementares à greve, tendo já reunido com a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT). De seguida, pedirão reuniões aos cabeças de lista dos principais partidos às eleições de legislativas de 06 de outubro, pelo Círculo de Viseu.

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