Pescadores estão contra novos viveiros de ostras na Ria de Aveiro

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A Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro (APARA) manifestou-se ontem contra a expansão dos atuais campos de produção de ostras na margem direita do Canal de Mira da Ria de Aveiro, em Ílhavo.

Em causa, segundo a APARA, está uma parcela de terreno que começou a ser delimitada com recurso a assinalamento marítimo, “ocupando e usurpando” um espaço natural de captura de bivalves, num local considerado como “banco natural” daquelas espécies.

“Os pescadores não compreendem como é que o Ministério do Ambiente é a favor de preservar a natureza e estão a licenciar uma produção de ostra num banco natural, que não tem nada a ver com as espécies da Ria de Aveiro, que não é preciso semear para desenvolver”, disse à Lusa, o presidente da APARA, José Miguel Castro.

A associação que representa cerca de 95% da atividade de pesca do Porto de Aveiro já solicitou uma reunião à Direção-Geral das Pescas para tentar travar o aparecimento de novos viveiros de ostras naquela zona da Ria.

“Os antigos já estavam mal, mas ninguém está contra os antigos. Estão é contra a evolução que estão a querer fazer”, referiu José Miguel Castro.

O presidente da APARA realça que o eventual alargamento da delimitação do perímetro de produção de ostras vai ter “graves” consequências para a pesca e a captura de bivalves, afirmando que os pescadores estão a sentir-se “asfixiados”.

“Não são só os pescadores que estão descontentes. Os próprios habitantes da Gafanha da Encarnação e da Costa Nova, que querem apanhar meia dúzia de berbigões para levar para casa para comer, também estão contra o aumento dos viveiros de ostras naquela zona”, acrescentou.

José Miguel Castro alertou ainda para os perigos que estas novas concessões de ostras acarretam para a navegação, adiantando que “pode haver acidentes graves”, porque a parte superior das grades “já está a passar um metro de altura”.

“Há lugar para todos na Ria, desde que haja respeito pela natureza e por quem lá trabalha”, conclui o mesmo responsável.

De acordo com dados da APARA, por ano saem da Ria de Aveiro cerca de três mil toneladas de bivalves, nomeadamente berbigão, ameijoa e navalha, movimentando cerca de sete milhões de euros.

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