O português Samuel Caldeira (W52-FC Porto) venceu hoje o prólogo de Viseu, que abriu a 81.ª Volta a Portugal em bicicleta, por ligeiros centésimos e depois de esperar duas horas viu confirmada a liderança da geral individual.
O algarvio Samuel Caldeira gastou 7:28.139 minutos para cumprir o percurso de seis quilómetros, menos 88 centésimos de segundo em relação ao suíço Gian Friesecke (SRA) e menos 190 centésimos que o companheiro de equipa, o espanhol Gustavo Veloso (W52-FC Porto), segundo e terceiro classificados, respetivamente.
Aos 33 anos, o ciclista dos “dragões” conseguiu em Viseu um segundo triunfo na “Portuguesa”, depois de em 2017 vencer ao sprint a chegada a Castelo Branco, na segunda etapa da edição 79 da “grandíssima”. O “sprinter” confirmou o bom momento de forma, depois de já no Troféu Joaquim Agostinho ter feito um bom prólogo, acabando no segundo lugar, atrás do companheiro de equipa Gustavo Veloso, hoje no último posto do pódio.
Depois de partir às 15H31, o 18.º a sair para a estrada entre 132 corredores, gastou 7.28 minutos num circuito que começou e terminou na Avenida da Europa e atravessou o centro histórico viseense. “A sensação é fantástica. É saborear esta noite e amanhã [quinta-feira] a Volta continua e temos muito trabalho pela frente”, referiu o ciclista após celebrar o “apertado” triunfo no prólogo.
“São seis quilómetros e nem dá para pensar em muita coisa. Arranquei a dar tudo e não geri nada”, confidenciou, assegurando que o triunfo não altera as intenções da W52-FC Porto, que têm em Gustavo Veloso o principal candidato à vitória na geral. “Não muda nada dentro da equipa, temos os objetivos bem definidos e eu sou o mesmo ciclista. O que muda é saborear algo com que não contava”, assegurou.
Gustavo Veloso foi o último a partir
O vencedor de 2014 e 2015 Gustavo Veloso, entrada de última hora após o compatriota Raúl Alarcón, campeão em 2017 e 2018, ficar lesionado, foi o último a partir, pelas 17H25, e quase bateu o colega de equipa. Veloso ficou à porta da vitória, à semelhança do último prólogo em Viseu, em que foi segundo, na abertura da derradeira edição que venceu.
António Carvalho (W52-FC Porto) foi quinto classificado, e o quarto ciclista ‘azul e branco’ no ‘top 10’ foi Daniel Mestre, a fechar os primeiros lugares. Mikel Aristi (Euskadi-Murias) foi sexto, o suíço Cyrille Thièry (SRA) foi sétimo e João Matias (Vito-Feirense) foi nono, numa composição que se mantém na geral individual. O prólogo serviu também para colocar as primeiras diferenças entre os favoritos, com o francês Thibault Guernalec (Arkéa Samsic) quarto, a assumir a liderança da juventude.
Candidatos
Joni Brandão (Efapel), segundo na geral final em 2018, foi oitavo, a sete segundos, enquanto os ‘dragões’ João Rodrigues, a 09, e Edgar Pinto, a 13, ficaram fora do ‘top 10’.
O espanhol Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano), terceiro nas últimas duas edições, acabou a 10 segundos, o mesmo tempo do ‘veterano’ espanhol Óscar Sevilla (Medellín), enquanto o vencedor de 2013 Alejandro Marque (Sporting-Tavira) cedeu 11. Entre os candidatos à vitória final, o exercício de Tiago Machado (Sporting-Tavira) foi o mais prejudicial, com o luso a perder 26 segundos. O francês Thibaut Guernalec (Arkea-Samsic) é o líder da juventude, enquanto Gustavo Veloso vai sair para a estrada com a camisola azul, de líder da montanha. O suíço Gian Frisecke é o primeiro líder da camisola verde, relativa à classificação por pontos.
Na quinta-feira, Caldeira defende a amarela na primeira etapa, entre Miranda do Corvo e Leiria, ao longo de 174,7 quilómetros, com uma contagem de montanha de primeira categoria logo aos 38 quilómetros. Após a Serra da Lousã, há mais três contagens, uma de segunda e duas de quarta categoria, até à meta em Leiria, numa chegada que poderá ser disputada ao sprint.