Universidade de Aveiro coordena rede de casas gandaresas em Cantanhede, Mira e Vagos

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A Universidade de Aveiro (UA) vai coordenar cientificamente o ‘Gândara TourSensations’, projeto de uma rede de unidades de alojamento local em casas tradicionais gandaresas, envolvendo os municípios de Cantanhede, Mira e Vagos, foi hoje anunciado.

“Associados a este projeto, ‘Gândara TourSensations’, estão objetivos de dinamização do setor turístico da região, mas também de defesa do património”, refere a UA, em nota publicada na sua página oficial.

Contando com o envolvimento das três autarquias, das juntas de freguesia, de proprietários e de empresários do setor turístico (alojamento e restauração), o projeto tem duração de dois anos, representando um investimento global de quase 300 mil euros, financiado em 80 por cento pela Linha de Apoio à Sustentabilidade do Turismo de Portugal.

A equipa do projeto “Gândara TourSensations” na UA é coordenada por Carlos Costa, professor e diretor do Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, e por Dina Ramos, professora e investigadora do mesmo departamento.

“Tendo em conta a experiência e o trabalho desenvolvido pelos investigadores dos departamentos de Engenharia Civil e de Geociências, respetivamente, nas áreas da reabilitação e construção em adobe e no estudo das matérias-primas usadas neste tipo de aplicações, Carlos Costa considera natural o envolvimento destas duas unidades orgânicas”, refere a UA.

O projeto ‘Gândara TourSensations’ tem como ambição estruturar uma rede de unidades de alojamento local ancorada nas casas gandaresas, integrando-a nas ofertas turísticas da região, enquanto produto distintivo, e em complementaridade com os demais produtos turísticos da região da Gândara.

Casa tradicional rural característica da região da Gândara (que se estende no sentido norte-sul desde as Gafanhas da ria de Aveiro até aos campos do Baixo Mondego, confinando com a Bairrada, nos distritos de Aveiro e de Coimbra), a Casa Gandaresa é uma construção térrea de formato em “L”, com pátio fechado, telhado de duas águas e construída de adobes de areia e cal, secos ao sol.

A frente da casa é formada por uma sequência janela – porta – janela e um largo portão de duas folhas, que permitia a passagem, para dentro e para fora, dos carros de bois e respetivas carradas de produtos agrícolas.

“A casa gandaresa refletia a organização social e a importância da atividade agrícola na economia familiar e da região”, descreve a UA.

Nos últimos anos, as três autarquias, sob a liderança de Vagos, têm apostado na recuperação e preservação da Casa Gandaresa, cujo revestimento de vãos de janelas e portas é feito com pedra de cantaria, originária de Ançã (Cantanhede). Em Mira, a autarquia ergueu mesmo fachadas simbólicas de diversas casas gandaresas nas freguesias.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vagos, Silvério Regalado, o ‘Gândara TourSensations’ é também uma oportunidade para “aprofundar o conhecimento sobre a cultura gandaresa”, nomeadamente através de “ações de pesquisa bibliográfica e de análise documental junto das bibliotecas nacionais de referência, dos centros de conhecimento da região (Universidades de Aveiro e de Coimbra) e das diversas bibliotecas municipais”.

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