Portugal é um dos quatro países europeus que ainda não têm a especialidade de medicina de urgência e emergência, mas a Ordem dos Médicos admite estudar em breve a sua criação.
São mais de 80 países no mundo que criaram já a especialidade em medicina de urgência e emergência, 27 deles na Europa, segundo a Sociedade Europeia para a Medicina de Urgência/Emergência, que defende que a especialização e um sistema bem organizado são “capazes de aumentar a sobrevivência e reduzir a incapacidade depois de qualquer situação de urgência ou emergência médica”.
Em Portugal, o centro da discussão será a Ordem dos Médicos (OM), entidade que tem a competência para definir e criar novas especialidades médicas, como lembra o bastonário Miguel Guimarães.
Atualmente existe em Portugal uma competência em emergência médica, a que pode aceder qualquer médico, mas não há qualquer especialidade específica que englobe medicina de urgência e emergência. São cerca de 780 os clínicos que têm atualmente essa competência em emergência.
O representante dos médicos admite que este debate se possa fazer em breve dentro da OM, contudo não acredita que seja através da criação da especialidade que se consiga alterar o problema dos serviços de urgência em Portugal.
“Neste tipo de matérias, a Ordem faz sempre uma reflexão profunda, juntando responsáveis de várias especialidades. (…) É importante que as várias especialidades que têm liderado o serviço de urgência, como medicina interna ou cirurgia geral, estejam de acordo com a criação da especialidade”, adiantou o bastonário em entrevista à agência Lusa, vincando que esse acordo é fundamental.