Opinião – Trabalhadores sem direito a feriados

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São 06H50 da manhã, dia 25 de Abril de 2019, ouve-se um estrondo, logo a seguir outro. Fui ver, era o ruído do camião do lixo e das tampas dos contentores. O camião a gasóleo já tinha por ali passado no dia anterior e por isso os contentores estavam quase vazios. O mesmo se passou no dia 1.º de Maio, feriado e Dia do Trabalhador. Portanto, a Câmara Municipal, e as empresas ao seu serviço desrespeitam o direito dos trabalhadores aos feriados. Diga-se que em nome de um serviço ineficiente – recolha de contentores semi-vazios – e mal dimensionado, a “taxa de reciclagem” é inferior a 10%.
Os trabalhadores da recolha do lixo são mal pagos para a dureza e risco da função que exercem. Por isso, sujeitam-se a fazer horas extraordinárias aos feriados para ganhar um pequeno complemento. Estranhamente temos uma Câmara socialista que pactua com esta exploração e segue as práticas do “Pingo Doce” numa lógica de exploração do trabalho mal pago. Nada é sagrado, nem o dia do Trabalhador.
Poucos políticos se preocupam com os direitos dos trabalhadores e com o nosso direito ao sossego. Há uma ânsia populista, conservadora virada para a pseudo-limpeza, sem estratégia nem objetivos sustentáveis, focada na defesa da aparência. Isto a qualquer custo, desrespeitando os cidadãos (nem nos feriados se pode dormir descansado…) e poluindo inutilmente, mais consumo de gasóleo, mais emissões de CO2 e pouca reciclagem.
Esta lógica populista perpetua o trabalho mal pago e transmite aos cidadãos a ideia errada que o contentor tem que ser recolhido diariamente. Sustentabilidade? Qualidade de vida?

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