Adiado julgamento de padre burlado com publicidade em listas telefónicas

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O Tribunal da Feira adiou hoje para dia 9 de maio o início do julgamento do caso de um padre burlado com publicidade em listas telefónicas e roteiros, devido à ausência de uma das arguidas.

A audiência de julgamento que estava agendada para esta manhã contou com a presença de apenas uma das arguidas, tendo a outra faltado por motivo de doença e, como o Ministério Público (MP) não prescindiu da presença de ambas, o juiz decidiu adiar o início do julgamento para a próxima semana.

No início da sessão, o tribunal declarou extinto o procedimento criminal relativamente a uma das sociedades arguidas que se encontra encerrada para liquidação, tal como já tinha sucedido com outra.

O processo prossegue assim com apenas duas arguidas, já que os restantes cinco arguidos (três individuais e duas empresas) já chegaram a acordo com o pároco para pagar parte dos prejuízos alegadamente causados.

A advogada que defende o padre disse que estes arguidos pagaram um valor “bastante abaixo” do pedido cível.

Estas duas arguidas, de 43 e 45 anos, respondem por um crime de burla qualificada.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o esquema durou entre agosto de 2010 e fevereiro de 2011, causando um prejuízo de cerca de 120 mil euros às paróquias de Milheirós de Poiares (Feira) e Macieira de Sarnes (Oliveira de Azeméis), onde o padre exercia funções.

Durante este período, os arguidos terão contactado dezenas de vezes o pároco, convencendo-o a pagar faturas de publicidade em listas telefónicas, inserida à sua revelia e sem a prévia assinatura de contrato publicitário.

A vítima estranhava os contactos porque sabia que não tinha celebrado nenhum contrato de publicidade, mas os arguidos ameaçavam que se não pagasse a dívida esta iria ser exigida judicialmente e o padre, devido ao seu estado de saúde e à sua idade avançada, acabava por fazer o pagamento.

“A Paróquia, como instituição de acolhimento a quem precisa, não se pode dar ao luxo de gastar/esbanjar dinheiro, que é fruto das ofertas dos fiéis, em coisas supérfluas, quando tem tantas carências a quem dar resposta imediata (…) Já gastámos convosco muito para além do nosso parco orçamento. E o povo não nos perdoa!”, escreveu o padre, numa carta enviada a uma das empresas, onde pedia o cancelamento de futuras edições.

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