Abri-vos, na última crónica, o meu coração para vos contar a história de uma doença, da qual mantenho ainda algumas sequelas.

Desse longo “interregno” da minha vida, recordo alguns momentos de sonho que me acompanharam.

Para além de muitas outras coisas que sonhei, fiquei com a sensação que Coimbra tinha evoluído no espaço e no tempo de forma inacreditável.

Curiosamente tinha tido ensejo de falar de dois deles com o Amigo Carlos Cidade, que como sabem, hoje é Vereador “principal” da Câmara de Coimbra, e que substitui muitas vezes com clara vantagem, o dito, Manuel Machado, Presidente.

Em conversa amena, num jantar, falava-lhe que devia deixar uma marca da cidade onde infelizmente só se veem constantes ajustes diretos que levam a “obrinhas” que nada dizem a quem, como eu, aqui vive, trabalha e gosta desalmadamente desta Coimbra de sempre.

Uma das hipóteses que lhe pus, foi cobrir a baixa com vidro como a Galeria Vittorio Emanuele II em Milão, que iria de forma inacreditável e com pequeno custo, criar uma obra ímpar em todo o nacional. Sabem o que Carlos Cidade me respondeu, em tom de “galhofa”? “Então as pombas onde faziam as necessidades?” Com tão grande sentido ecologista lembrei-me imediatamente da ligação elétrica, com o elétrico que já temos entre a Estação Nova e Estação Velha, junto ao rio!

Disse-me ser dinheiro a mais quando chegava, ou pelo menos era anunciado, o Metro Mondego! Tal ideia só é possível numa mente que vive socialismo por todos os poros e não sei se tem alguma ligação familiar ao Governo, que nos desgoverna.

Faço-lhe justiça de pensar que não.

Ainda antes de acordar, me lembrei e sonhei que toda aquela areia que tiraram do rio poderia servir, não só para pagar toda a dragagem como diziam (e nunca se conseguiu), como ainda para financiar a obra das “Varandas do Mondego”.

Fiquei de novo maravilhado com o aspeto da nossa margem direita e tudo aquilo que se poderia fazer, onde existiam restaurantes, zonas pedonais, campos de jogos, espalhados por uma área imensa, desde o Parque Dr. Manuel Braga, até ao Polo II da Universidade.

Praticamente no momento acordei, olhei pela janela, vi a Avenida Cidade Aeminium cortada e disse: “o sonho concretizou-se”. Afinal vim a saber que estão apenas a arranjar a margem com um novo muro e decidiram, em ano de eleições europeias, levantar a Praça da República, em jeito de quem quer “estragar” a Queima das Fitas.

Enfim…

Como diria o meu Pai, se fosse vivo, “coisas de doidos”.

Neste despertar percebi ainda, que o Diário de Coimbra continuava socialista até dizer chega, e o Diário As Beiras corria para lá a grande velocidade, vide prémio de excelência em educação que premiou um Liceu público acima do 30º lugar, tendo o Colégio Rainha Santa Isabel em 2º lugar do ranking Nacional.

Afinal, queridos amigos, o sonho não comanda a vida, e acordei com uma realidade bem diferente.

Voltarei ao assunto em breve.