Tinham entre 18 e 25 anos, usavam barba e cabelo compridos, calças boca-de-sino, camisas mais coloridas que as dos pais, eram machistas, a maioria fumava, eram intolerantes aos conservadores, faziam teatro daquele que grita palavras de ordem na boca de cena, adoravam mostrar-se solidários e amarravam-se de braços nas manifestações, bebiam muito e beber era coisa de homem. Beber desalmadamente até acabou mais tarde com muitos da geração que podiam ter sido muito mais. Outros, encontraram já com 25 e 30 anos o vinte e cinco de Abril de 1974 e devoraram o poder caduco, os marcelistas e os representantes da autoridade em geral. Tudo para a rua! As ideias democráticas e rebeldes serviram para exonerar, sanear, vilipendiar e até agredir muitos dos que tinham chegado por concurso a lugares cimeiros. Claro que também caíram facínoras e estúpidos e intolerantes e fascistas. Mas no velho regime não havia só gente má como em lado nenhum uma bandeira faz de um canalha uma pessoa. Os novos donos de Portugal eram jovens e tinham brilhado em Maio de 1969 e de bandeira erguida, frases feitas, ideologia na ponta da língua ocuparam os lugares dos que apeavam e empurravam para a reforma compulsiva. Que fizeram os de Maio nas cátedras da Universidade de Coimbra? Uma Universidade igual à que existia antes mas com mais incompetentes que nem concursos se obrigavam. Não prestavam provas, não careciam de demonstrar competência e acabavam os cursos e chegavam onde queriam. Uma geração que assaltou o poder local e o transformou numa agência de emprego, destruiu as chefias militares e apoderou-se do comando redundando neste vil Tancos de que falta toda a verdade, levou as Universidades aos piores lugares das estatísticas internacionais, afundou empresas públicas como a Marconi, a EDP, a CP, os CTT, a Lisnave, a Setenave, os Bancos que tinham tido sucesso e hoje gravitam entre o inferno e a latrina. Têm hoje entre 68 e 75 anos e estão a reformar-se de deputados, de juízes, de doutores, de gestores públicos, de presidentes de institutos e de empresas públicas e privadas, com reformas maiores que os salários que hoje ganham os seus filhos e netos devido à bancarrota e à demência com que administraram a coisa pública. Muitos dos que gritaram e lideraram o maio de 69 viveram desde 74 na mama da política e tiveram só um emprego: deputado, gestor público, presidente de instituições públicas: Fizeram milhares de estruturas administrativas para se empregarem uns aos outros, para se favorecerem e impedirem a chegada de outros mais novos aos lugares que lhes pertenciam por direito. Intolerantes, machistas, prepotentes, muito alcoolizados, cheios de vícios, lutando contra a novidade, encavalitados em partidos políticos e estruturas ínvias. Assaltaram as IPSS, assaltaram os parlamentos, entregaram as empresas públicas ao desbarato sempre a troco de lugares de chefia na coisa morta. Enriqueceram muito mais que os derrubados em 1974 e empobreceram Portugal para que outros depois deles paguem as contas. Não! Não vou com eles ao filme que eles realizaram para se engrandecerem. Não! Não aceito elogiar quem destruiu Portugal para as próximas gerações! Não! Recuso que uma tarde de pancada com a polícia justifique uma vida de deputado eterna ou de presidente ou director geral sem verificações e sem prestar contas a ninguém. Não! Não vou dar-vos medalhas, Não! Não vou deixar os Vossos nomes nas ruas das cidades. Claro que lutarei para distinguir com louvor as excepções.
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