“Coimbra é a cidade onde os meus pais se aventuraram em amor até hoje”

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A Coimbra deve um encontro feliz. “É a cidade onde os meus pais estudaram, se conheceram e se aventuraram em amor até hoje”, diz Pedro Abrunhosa.
Um amor que começou na década de 50 quando ele, estudante de Direito, se perdeu de amores pela menina da Faculdade de Letras (que chegou ser aluna de Paulo Quintela). Ainda hoje, o artista guarda memórias de uma infância vivida numa casa cheia de livros, o que lhe permitiu, em época de censura, ir descobrindo o mundo.
Um mundo imperfeito que foi – e vai – servindo de inspiração. Ele, que é um poeta de palavras e de canções, e que acredita que a arte não muda o mundo, mas amacia a dor.
“Falo de mim através das vozes de outros e transponho-me para os outros usando a minha própria voz. Ao longo de todo este tempo, diria quase desde que me conheço enquanto músico, procurei melhorar a simplicidade daquilo que verdadeiramente me fascina: escrever canções. O que aí vem é apenas isso. A minha vida tornada palavra e harmonia”, diz.
Na passada sexta-feira, a cidade voltou a ser palco de encontro. Aliás, um dia antes do concerto que decorreu no Convento São Francisco em Coimbra, Pedro Abrunhosa dizia acreditar que aquele seria “o reencontro entre as canções, os músicos e o público numa festa que é sempre celebração e encantamento”. Sobretudo numa cidade onde fez “Queimas e receções ao caloiro em amplexos pululantes de energia até de manhã”.
Por agora, mais introspetivo e intimista, apresenta” Espiritual”, o seu último trabalho, um conjunto de 15 canções, que escolheu de um total de 30 compostas ao longo dos últimos dois anos.
Porquê “Espiritual”? “Nos tempos fugazes de atenções efémeras, tento que as minhas raízes bebam da fundura dos mundos: do interior e daqueles que aos meus sentidos se vão revelando”, diz.
Ainda assim, é sobre a realidade, dura e crua, que falam as suas canções: dos refugiados, dos incêndios, da violência doméstica, das perdas e do desamor. Para que nunca nos esqueçamos que só há “uma forma de salvação: amar.”

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