Um espetáculo que desafia à reflexão sobre os preconceitos relativamente à comunidade cigana, que leva ao palco um pai, uma filha e muitos sapos de loiça, estreia-se na sexta-feira, no Teatro Viriato, em Viseu.
“Engolir sapos” é a nova criação da Amarelo Silvestre, que partiu da constatação de que, nas cidades portuguesas, existem muitos estabelecimentos comerciais que têm sapos expostos, não por motivos decorativos, mas com o objetivo de afastar os ciganos.
Fernando Giestas, que escreveu o texto do espetáculo, explicou aos jornalistas que a primeira fase deste trabalho foi de pesquisa e de residências artísticas de uma semana em diferentes territórios, como Ílhavo, Ovar, Lisboa, Montemor-o-Velho, Figueira da Foz, Viseu, Nelas e Canas de Senhorim.
“Fomos à procura da ideia do sapo de loiça que está à mostra, mais ou menos visível em alguns locais, e tentar perceber esse conflito, esse quotidiano dos territórios”, contou, acrescentando que “os preconceitos pairam no ar”, aparecendo, muitas vezes, nem se sabe de onde.