Legalizar a canábis para fins recreativos é uma temática que não deixa de fora a Figueira da Foz e os figueirenses. Não vale a pena escondermos o sol com a peneira, porque efetivamente o consumo de canábis está muito bem dizimado pelos nossos jovens, com grande incidência para o grupo estudantil, presa fácil do aliciamento, como referem os estudos da divisão de intervenção nos comportamentos aditivos e nas dependências.
Seria importante que as instituições políticas, educativas e de intervenção social continuassem empenhadamente na sensibilização e esclarecimento da comunidade sobre outras vias de combate ao consumo das ditas drogas leves, onde se integra a canábis, por forma a debelar a chaga social que tem vindo a afetar os nossos jovens e famílias figueirenses nestes últimos anos e que não tem mostrado acalmia.
Defendo que educar e informar a população sobre o consumo de drogas leves, é sem dúvida uma postura mais preventiva do que a sua proibição, pois o status quo mostra-nos o contínuo consumo da canábis de forma insegura e ilegal.
Neste sentido, a ideia do Estado vir a liberalizar a venda de canábis e dos seus derivados não é uma proposta descabida que deva ser rejeitada liminarmente, pois podemos encontrar aí pontos positivos como a diminuição progressiva da economia paralela, do controlo do consumo e da qualidade do produto, bem como poupar recursos no combate ao tráfico e, como tal, este propósito deve ser de ponderar, discutir e avaliar.