Tenho acompanhado com horror democrático mais uma das mostras do real carácter do diktat bloquista.
Refiro-me, obviamente, às queixas sobre uma opinião do Deputado Bruno Vitorino. Ao coro juntaram-se depois cronistas de maior e menor credibilidade, qualidade e, quiçá, sanidade.
Se bem vi a “novela”, Bruno Vitorino proclamou em tons audíveis o seu repúdio pela realização de uma sessão realizada numa escola do Barreiro sobre sexualidade, na qual teria intervenção uma associação LGBT.
Apesar de que, provavelmente, não teria usado os mesmos termos (“vergonha” e “porcaria”), estes não se referem à orientação sexual de cada um, mas à forma como se organiza uma sessão com intervenção de associações que se dedicam mais ao proselitismo do que à informação.
E, assim sendo, por que não convidar também a Igreja Católica para, não pregando a Bíblia, dar o seu ponto de vista, naturalmente oposto? Onde está a real liberdade de opção?! É que não se trata só de ser heterossexual, homossexual ou o que quer que seja; a montante deve assegurar-se o pluralismo de fontes de informação!
O que está em causa, tenho vindo a alertar, é o programa de uma certa esquerda radical que visa transformar minorias em maiorias e chancelar como democrático todo e apenas aquele debate em que aplaudam os seus jargões construtivistas ou anarquistas.
Se fora uma atoarda de um bloquista, provavelmente, a coisa tinha sido celebrada, assim foi a vergonha (agora sim, Bruno) que foi. A doce vingança é que deram a Bruno Vitorino um precioso palco em ano eleitoral, mas ninguém disse que era preciso ser inteligente para ser da esquerda radical…