O que faz um voluntário H2 no hospital de Coimbra? Sorri, evita fazer barulho, informa e dá atenção aos doentes e aos seus próximos. Transmite simpatia e gera empatia. Em suma, humaniza os cuidados prestados.
O projeto H2 é uma novidade, em Coimbra e no país. Surge num dos maiores hospitais portugueses e envolve profissionais de todos os níveis. Apresentado publicamente há pouco mais de duas semanas, o projeto foi, ontem, Dia Mundial do Doente, “apadrinhado” pela própria ministra da Saúde.
A comemoração começou, de forma significativa, com uma encenação: na escada de acesso ao auditório, médicos, enfermeiros, administradores e outros funcionários do CHUC exibiram cartazes por trás de uma grande faixa: “O ruído faz mal à saúde!”.
A ação, em silêncio, visou chamar a atenção para a necessidade de reduzir os níveis de ruído no hospital. Há mesmo um crachá para usar na lapela, a pedir pouco barulho.
O ruído é um problema, no hospital. Medições científicas, por parte de uma instituição da Universidade de Coimbra (o ITeCons) revelam valores próximos do dobro legalmente permitido em locais como o átrio central, os corredores e até as enfermarias.
João Pedroso de Lima, médico e responsável pelo projeto H2, explicou depois por que é preciso reforçar a dimensão humana no hospital. “Temos cada vez mais reclamações, de arrogância e de má educação no contacto com doentes e seus familiares”, relatou.
De acordo com aquele especialista, no CHUC, aumentam as ações judiciais e os processos disciplinares. Em contrapartida, faltam empatia e respeito por quem sofre e por quem, “legitimamente, tem a expetativa de ser bem tratado e de lhe ser bem explicada a situação”.
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