Peregrino francês em risco de perder o cão gera onda de solidariedade em Condeixa

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Serge, um francês com 69 anos, e o seu cão, Gus, partiram de França há cerca de dois meses, para cumprirem uma peregrinação a pé a Fátima. Quando passavam em Condeixa-a-Nova, no final da semana passada, depois de terem percorrido mais de 1000 quilómetros a pé, o cachorro, que é muito meigo e tem seis anos, mordeu uma pessoa na mão.

Chamadas as autoridades, e perante a possibilidade de ficar sem o seu cão – que devido ao incidente tem que cumprir alguns dias de quarentena no canil municipal de Condeixa-a-Nova –, Serge chorou pediu que não lhe tirassem o Gus. Até porque o cão pertencia ao seu irmão, que faleceu há dois anos e viveu muito tempo em sofrimento, devido à diabetes.

Quando soube da morte do irmão, Serge estava em Fátima, onde tinha ido em peregrinação, de autocarro. Para ele, o fim do grande sofrimento do seu irmão foi a concessão de uma graça. Assim, Serge – que em três anos viu morrer três irmãos, dos quais sempre cuidou – prometeu que voltaria a Fátima em peregrinação, mas a pé e com Gus, o cão que era do seu irmão e que adotou.

Câmara, Santa Casa e associação ajudam
Mas a tristeza de Serge, perante a iminência de perder o companheiro de viagem, emocionou todos os envolvidos e gerou uma onda de solidariedade.

Olga Ruth, presidente da Condeixa Patudos – Associação de Proteção Animal, destaca “a sensibilidade da câmara e do veterinário municipal, que permitiu que Serge fosse levar o cão ao canil e que o visitasse, para que o animal não se sinta abandonado”.

Cão foi operado
Como Serge se recusava a prosseguir a peregrinação sem Gus, a associação Condeixa Patudos conseguiu arranjar uma casa onde ele pode pernoitar, e a Santa Casa da Misericórdia, por solicitação da Câmara Municipal, está a fornecer-lhe as refeições principais. A associação providencia o pequeno-almoço e algumas deslocações, e já arranjou também uma tenda para que Serge e Gus possam descansar mais abrigados, pois nesta da peregrinação têm dormido ao relento ou junto a igrejas, uma vez que muitas pensões não aceitam a presença de animais.

A associação Condeixa Patudos detetou também que Gus tinha um nódulo, que lhe poderia provocar algumas dores. Aproveitando o facto de o cão estar em quarentena, foi feita ontem a cirurgia para retirar o nódulo, que associação custeou, bem como análises e medicação para o animal.

Notícia na edição impressa do Diário As Beiras 

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