Benjamin é um americano que viva na Figueira. Gosta muito de cá estar. Bebeu mesmo a nossa cultura agrícola e dedica os fins-de-semana ao trabalho na “terrinha dos sogros”, ali para os lados de Maiorca. Um dia os sogros resolveram queimar os sobrantes agrícolas, ramos, folhagem, etc. Benjamin ficou perplexo. Queimar? Mas queimar para quê? Propôs uma alternativa à queima: transformar ali mesmo a matéria orgânica em fertilizante natural. Separou os castanhos, misturou-os com verdes e assim fez umas boas pilhas de compostagem, que daqui a uns meses produzem um excelente fertilizante.
As cinzas, produto da queima de sobrantes, perdem todo o azoto. São relativamente pobres quando comparadas com um fertilizante produto da compostagem. Benjamin sabe disto. E vem de um estado americano (Colorado) onde os incêndios florestais são um grave problema. Tal como em Portugal. Contudo, no Colorado as queimadas de sobrantes agrícolas não são a norma. Aproveitam-se os restos da agricultura para fazer fertilizante. Na Áustria há em cada aldeia uma pessoa paga para armazenar e acomodar os desperdícios agrícolas e os transformar em composto.
Em Portugal as queimadas são uma prática corrente, especialmente nesta altura do ano. Dezenas de milhares de pequenos “fogos” por todo o país, emitindo muito CO2, partículas e outros poluentes. Ou visto, por outro prisma, milhares de toneladas de sobrantes agrícolas são queimados desnecessariamente. É tempo de reduzir o risco de incêndio, as emissões de CO2 e promover a compostagem de sobrantes agrícolas.