Segundo um estudo que está ainda por ser feito, há três problemas que a Figueira precisava de ver resolvidos, pela seguinte ordem: pessoas, pessoas e pessoas. As pessoas ficam para outro artigo, assim como as pessoas. Hoje, o foco vai para as pessoas.
É muito comum para a minha pessoa ouvir pessoas na rua a dizer “não se veem pessoas nenhumas na rua”. E uma pessoa, olhando para a rua, não vê realmente muitas pessoas na rua. Talvez as pessoas não encontrem particular interesse nesta rua, pensa a minha pessoa. Mas esta escassez de pessoas – continua a minha pessoa a pensar – também se verifica noutros locais que em tempos se encontravam mais compostos de pessoas.
Assim, questiono-me e autorizo-me a responder. Estará o concelho a perder pessoas? Sim. As pessoas perderam o gosto de andar na rua? Não se sabe. As ruas mostram e oferecem pouco que fazer às pessoas? Tenho poucas dúvidas.
Se é facto que o concelho perde pessoas a cada ano que passa, e embora não seja certo haver menor apetência para a pessoa andar na rua, é indesmentível que a rua carece cada vez mais de usufruto para a pessoa. Para além disso, a cidade deixou de ter um centro definido e o seu perímetro tornou-se demasiado alargado para uma população mais reduzida, cada vez menos jovem e mais envelhecida.
Descaracterizou-se aquela sensação agradável de proximidade entre pessoas na rua. Posto isto, lanço a reflexão. Como se combate este particular desconforto social? Com mais pessoas, diria La Palisse. A questão, no entanto, estará em águas mais fundas. A mergulhar, num artigo posterior, por esta pessoa.