Nasceu há um mês e não pode sentir o afago do colo dos pais. “Flor”, vamos chamar-lhe assim, está internada no Hospital Pediátrico de Coimbra depois de ter sido submetida a uma intervenção cirúrgica. A distância que a separa dos pais é tão pequena – resume-se ao acrílico transparente da incubadora –, mas nestes primeiros dias de vida tem sido demasiado grande.
Há duas semanas Jorge Felício entrou naquele quarto disposto a encurtar a distância que separaram os dois mundos. Através da música, dando à bebé “o colo” que tem faltado por motivos de saúde.
Na última sessão, “Flor” ainda dormia quando a mãe começou a tocar, delicadamente, o xilofone. Juntou-se o pai e, por fim Jorge Felício à guitarra. A pequenina acordou com o som da música, abriu os olhos e ficou a mirar. De vez em quando, um sorriso. “É magia”, diria uma enfermeira que entrava no quarto naquele momento.
Licenciado em Ensino Básico (variante de Educação Musical) pela Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), Jorge Felício começou a interessar-se pela musicoterapia quando vivia em Madrid e ouviu falar de um projeto na área que era realizado na prisão de Carabanchel.
(Texto completo na edição impressa)
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