O emigrante, de 51 anos, que em novembro de 2017 se barricou num supermercado em Vila Nova de Poiares, aterrorizando funcionários e clientes, foi ontem condenado a uma pena de prisão efetiva de nove anos e seis meses.
“A situação é grave”, disse o magistrado que presidiu ao coletivo que julgou o caso, lembrando que o arguido “tem tido sempre um comportamento que revela falta de educação e de respeito pelas outras pessoas”.
José Carlos Teixeira foi condenado por um crime de homicídio qualificado na forma tentada, oito crimes de coação agravada, um crime de ofensa à integridade física, um crime de dano qualificado e um crime de detenção de arma proibida. Somadas as penas de cada um dos crimes, o homem seria condenado a 27 anos e três meses de cadeia ( o que a lei portuguesa não permite). Em cúmulo jurídico, o tribunal decidiu aplicar-lhe nove anos e seis meses de prisão.
O arguido, que está em prisão preventiva em Aveiro, ouviu o acórdão por videoconferência, mas o juiz viu-se obrigado a retirar o som uma vez que as intervenções eram constantes. O mesmo já tinha acontecido durante o julgamento, com o emigrante a interromper o juiz e as testemunhas.
“O tribunal não teve dúvidas que os factos ocorreram, só não se provou que tivesse havido premeditação”, sustentou o juiz. Durante a leitura da decisão, o magistrado lembrou que o arguido “não chegou a aproximar-se da vítima [Rui Henriques, proprietário do supermercado], mas que todos os seus atos foram nesse sentido”. Foi ainda salientada a “crueldade” com que o homem atingiu, “com o cano da caçadeira e a pontapé na face e na cabeça”, um dos funcionários assim como “toda a destruição que causou”.
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