Morreu Vítor Jorge, o assassino que matou sete pessoas na noite de 1 para 2 de março de 1987 na praia desértica do Osso da Baleia, concelho de Pombal.
A dimensão do crime deixou o país em choque naquele dia de Carnaval, quando se soube a notícia, com a memória da tragédia a perpetuar-se até aos dias de hoje, mais de 30 anos depois. A comunicação social esteve sempre presente ao longo do tempo, relatando os pormenores brutais da história, seja na reconstituição do crime (ordenada pelo tribunal, nos dias seguintes), durante o julgamento e nos anos da prisão – onde chegou a ser entrevistado no âmbito das suas atividades comunitárias atrás das grades, incluindo na ajuda às celebrações religiosas – na sua libertação (em outubro de 2001) e, agora, na sua morte.
Na reconstituição do crime, o “mata-sete”, como passou a ser designado, surge com um ar tranquilo, a descrever, in loco, como assassinou as vítimas.
A motivação dos crimes daquela noite – que vitimaram a mulher e uma das filhas, bem como uma companheira do assassino (que era funcionária dos Hospitais da Universidade de Coimbra) e outras quatro pessoas que estavam numa festa com esta – foi alvo de diversas interpretações, mesmo do foro psiquiátrico, tendo chegado a ser questionada a imputabilidade do homicida.
Moldura penal mais favorável à época
Todavia, acabou por ser condenado, aos 38 anos de idade, a 20 anos de prisão, o máximo determinado pela lei da época. Acabou por só cumprir 14 anos atrás das grades, após algumas saídas precárias, que cumpriu escrupulosamente, considerado como preso com bom comportamento.
Todavia, os seus traços de personalidade causaram algum alarde social, tanto antes de ser detido (durante três dias), como depois de ser libertado, com 52 anos de idade, questionando-se sobre se deveria, ou não, ser sujeito as medida de seguranças no exterior, temor que foi atenuado pelo facto de ter emigrado para Inglaterra, acompanhado pelo filho de 24 anos, quando saiu da prisão de Coimbra, tendo falecido agora na Córsega, França.
Pode consultar a notícia completa na edição impressa desta segunda-feira, 7 de janeiro, do Diário As Beiras