Os acontecimentos recentes marcam-me o sentido da escrita… mesmo que não queira. Não posso dizer que foi inesperado, mas o absurdo desenrolar da situação do Brexit e a performance esta semana do Parlamento Britânico ainda conseguiram surpreender! A condução deste processo, desde o referendo à negociação, em nada se assemelha à habitual elegância britânica.
A maior contradição disto tudo é que o povo elegeu os seus representantes para o parlamento, por círculos uninominais. Esse mesmo povo votou favoravelmente num referendo a decisão de sair da UE, ora esse Parlamento chumbou agora a proposta de saída já negociada, que conseguiu o acordo dos 28 Países da UE. Pelos vistos o silogismo lógico do tipo se A implica B e B implica C então A implica C, neste caso não se aplica!
Ao acordo negociado por May o Parlamento diz Não. E quais as alterações que este terá que sofrer para dizerem sim?! É um Não só porque não, é um Não só porque não querem, é um Não porque não sabem ou não são capazes?! É simplesmente um Não! Afinal onde está a Inglaterra de Catarina de Bragança, a rainha portuguesa que mudou a Inglaterra e que lhe deu um Império?
Onde está a Inglaterra do Tratado de Methuen, o das trocas dos têxteis ingleses por vinhos portugueses, que também entravam e saiam pelo mar da Figueira da Foz? A nossa velha aliada está confusa… diria Churchill: “o preço da grandeza chama-se responsabilidade”.