Com 4 palavrinhas apenas se escreve Serra da Boa Viagem e com 3 palavrinhas apenas se escreve Manoel Alberto Rei. Este conjunto de apenas 7 palavrinhas encontra-se historicamente ligada entre si. Manoel Alberto Rei foi o homem, regente florestal, que entre 1911 e 1924, contra quase tudo e quase todos, tratou de idealizar, planear e implementar o plano de arborização da Serra da Boa Viagem. Porque, citando o próprio, “a natureza dotou a Figueira da Foz com belezas e encantos pouco vulgares, necessitando apenas que a mão do homem complete e faça realçar mais ainda esses encantos e belezas”.

Se Manoel Alberto foi o Rei da Serra, hoje há quem se julgue dono e senhor das terras que, em tempos idos, foram vendidas pelos frades de Coimbra a D.Maria I por 160 mil reis, com a condição, e sai um negrito com aspas por favor, “do povo poder cultivar terras, apascentar gado, colher lenha e roçar matos”.

O povo tem pois, para além do dever cívico de lutar com mais afinco pela SUA serra, a obrigação de colocar no ar, não a quem se julga seu dono, mas sim a quem é responsável pela sua gestão, o seguinte rol de questões: Porquê 6 meses para limpar a serra depois do Leslie? Por que há concelhos que dinamizam as suas serras e a nossa é praticamente intocável? Por que não há roteiros? Por que não há trilhos e caminhos sinalizados, homologados, cuidados e preservados? Por que se colocam tantos entraves à criação de condições para que as pessoas possam verdadeiramente usufruir da Serra da Boa Viagem?

Por respeito ao verdadeiro Rei da Serra, que responda a entidade responsável, que com 4 letrinhas apenas se denomina ICNF.