“Honrar o Passado, Enfrentar o Presente, Projetar o Futuro” é o mote da candidatura de José Pedro Paiva a reitor da Universidade de Coimbra (UC) que foi apresentada no auditório da Reitoria.
O até agora diretor da Faculdade de Letras da UC acredita que “o reitor de uma instituição tem de olhar para esses três tempos”.
Se por um lado “temos de nos orgulhar daquilo que somos”, é necessária disponibilidade “a cada momento” para encontrar soluções para os desafios, mas “o governo de uma universidade não se pode ater à resolução imediata dos problemas que enfrenta”, como referiu na sessão. Para José Pedro Paiva, “há que preparar a instituição para desafios que é quase certo virá a enfrentar”, refere o programa de ação da sua candidatura.
Preservar a língua portuguesa
Assim, “preservar o português como língua de ensino e de conhecimento” é uma das linhas que defende no domínio do “passado”. “Uma língua que não é de ensino e de conhecimento está condenada a desaparecer”, afirma. Neste domínio, propõe ainda “cuidar do património material e do património intangível”, nomeadamente no combate aos “grafiti” nos edifícios, e a organização de uma celebração dos 730 anos da Universidade de Coimbra, “não com um espírito comemoracionista” de olhar “embevecidos” para o passado, mas com iniciativas que tragam a Coimbra personalidades do mundo empresarial e académico, “para pensar o futuro”, explicou.
Universidade internacional com impacto local
Ao nível do “presente”, apresentou a sua visão estratégica para a Universidade de Coimbra em oito pontos.
A UC deve ser “pioneira na produção de novo conhecimento” através da investigação e da sua aplicação, defende no primeiro ponto “uma Universidade de investigação e de conhecimento para o mundo”.
Segue-se “afirmar o impacto da Universidade na cidade e na região”, através da transferência de conhecimento e contribuição para o “desenvolvimento da cidade e da região onde se situa”.
Considera que é preciso “intensificar as dinâmicas de internacionalização” da Universidade de Coimbra, que “não tem lugar como universidade local ou regional”, afirma.
“Repensar o lugar das Artes na Universidade” e “renovar os programas de doutoramento” integram ainda a visão estratégica. O candidato considera que vai ser nestes últimos que as universidades se vão distinguir.
Combater o subfinanciamento
Propõe-se “combater o subfinanciamento do ensino superior” público que, afirma, tem diminuído desde há mais de uma década. “Qualificar o turismo: um turismo cultural sustentável” e “atualizar a imagem da UC”, ao nível do trabalho de comunicação para o exterior, são também prioridades.
Questões para o futuro
A quebra demográfica, a forma de ensinar a partir de 2020 e a atração e fixação de talentos na Universidade são as questões que José Pedro Paiva destaca.
Face à diminuição das taxas de natalidade em Portugal, sublinha a atração de estudantes internacionais e a promoção da formação ao longo da vida.
Para perceber como ensinar, considera que a universidade tem capacidade para criar na atualidade grupos de trabalho em torno do assunto.
Sublinha ainda que a cultura salarial da UC é pouco aliciante, o dificulta a atração e fixação de talentos.