A Polícia Judiciária (PJ) tem défice de pessoal, havendo atualmente 1.100 inspetores para um quadro de 2.500 e “não tem havido investimento estatal na investigação criminal”, refere Ricardo Valadas, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da PJ.
Perante este quadro e a falta de progressão profissional, os três sindicatos que representam o pessoal da Polícia Judiciária decidiram hoje manter a greve agendada para fevereiro, depois de uma “reunião inconclusiva” com a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.
“Achamos que não há motivos suficientes para desmarcarmos a greve”, disse Ricardo Valadas, reconhecendo, todavia, que “houve o compromisso da senhora ministra de, para a semana, nos apresentar o projeto de lei orgânica e de estatutos das três carreiras da PJ, mas o documento está a ser trabalhado há três anos”, acrescentou.
Entretanto, a ministra anunciou a abertura “no primeiro semestre do ano” de um concurso para o ingresso de mais 120 inspetores no curso de formação, uma das exigências dos sindicatos e da direção nacional da PJ.
Quanto ao descongelamento das carreiras, outra das reivindicações dos sindicatos, Francisca Van Dunem, a referiu que está dependente da situação dos professores.
“Somos uma carreira muito mais sacrificada porque a única valorização que temos é a subida de escalões que está congelada”, frisou Ricardo Valadas, acrescentando que as pessoas estão desmotivadas e que muitas abandonam a polícia para ir trabalhar para o setor privado.
Atualmente, explicou, um inspetor que acabe de ingressar nos quadros da PJ recebe o mesmo vencimento que um elemento com 10 ou 20 anos de serviço.
Os inspetores da PJ, juntamente com os restantes funcionários, marcaram sete dias de greve no início de fevereiro.
Os inspetores da PJ decidiram paralisar várias horas por dia na primeira semana de fevereiro (de 4 a 8) e nos dias 11 e 12, tal como o restante pessoal.