Deputados do PSD eleitos pelo círculo de Coimbra exigiram este fim de semana respostas do Governo sobre apoios a associações culturais e desportivas afetadas pela tempestade Leslie, argumentando que falta informação e que as medidas tardam em chegar aos destinatários.
Durante uma visita ao concelho da Figueira da Foz o mais afetado pela tempestade de 13 e 14 de outubro a deputada social-democrata Fátima Ramos classificou a situação como “bastante grave” quase três meses após o temporal.
“Qualquer casa sem telhado significa que a chuva cai e destrói, cada mês que passa é mais destruição, é mais prejuízo e, por outro lado, é mais incerteza”, assinalou a deputada do PSD.
Fátima Ramos, acompanhada de Maurício Marques e Ana Oliveira, visitou ontem diversas associações e clubes da Figueira da Foz, nas freguesias de Vila Verde, Tavarede, Buarcos e São Julião e São Pedro, que, no total, sofreram prejuízos que ascendem a mais de meio milhão de euros.
Ana Oliveira, por seu turno, lembrou que o Governo “foi célere” na resposta aos efeitos da tempestade Leslie, mas subsistem dúvidas sobre os prazos de aplicação das medidas: “As pessoas não sabem quando é que isto [o apoio] vai acontecer”, reforçou.
Já Maurício Marques, líder distrital do PSD, afirmou que na freguesia de Vila Verde – onde um clube local, o Grupo Recreativo Vilaverdense, sofreu prejuízos estimados em 100 mil euros – “foi dito que a autarquia se comprometeu a avançar com os 70% que cabiam à administração central sem qualquer reserva, apoiar com mais 20% e os restantes 10% do prejuízo ficariam a cargo da própria instituição afetada”.
Mas em Buarcos, no Grupo Caras Direitas, que contabiliza quase 300 mil euros de danos e cujo pavilhão desportivo ficou praticamente destruído, a informação recolhida pelo PSD aponta para que os 70% de adiantamento autárquico seja concedido, mas só após a candidatura ser aprovada pelo Governo, explicou Maurício Marques.
“Sabe-se que as candidaturas estão limitadas a um máximo de 100 mil euros, mas não se sabe quando abrem nem quem é responsável pelo apoio”, acrescentou.
O concelho da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, foi o mais afetado pela passagem da tempestade Leslie, contabilizando prejuízos de 38 milhões de euros, cerca de um terço dos prejuízos totais, estimados em 120 milhões de euros.