Opinião – “O seu a seu dono”

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Nos últimos dias, vemos no Brasil, no momento em que o poder transita para outro Presidente, o acertar de contas quanto ao Estado do Rio de Janeiro, onde Luiz Fernando Pezão foi preso ao pequeno-almoço, por suspeita de ter recebido mesada de R$ 150 mil oriunda de esquema criminoso nos tempos em que foi vice-governador de Sérgio Cabral, que também está preso, assim como está o ex-governador Anthony William Matheus de Oliveira, mais conhecido como Anthony Garotinho, um radialista e político brasileiro. Acontece que “nos últimos anos, as prisões atingiram a cúpula do poder no Rio de Janeiro. Foram presos todos os presidentes da Assembleia Legislativa de 1995 a 2017, dez dos 70 deputados estaduais, cinco dos seis conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e o Procurador-Geral do Ministério Público Estadual”(https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/11/29/luiz-fernando-pezao-e-o-quarto-governador-do-rio-a-ser-preso.ghtml, acesso em 30/11/2018 ).
Em Razão do Brasil, Óscar Gama Filho atribuía com rigor autorias intelectuais desta forma: “Álvaro Lobo (Vila Real da Província Trasmontana, 1551 – Coimbra 23.4,1608 ) entrou para a Companhia de Jesus em 1566. Foi regente dos estudos de Braga e de Lisboa e do colégio do Porto. Poeta e orador, publicou o Martirológico romano acomodado a todos os dias do ano (Coimbra, António de Maris, 1591 ), e talvez não seja o autor da Crónica do cardeal rei d. Henrique (Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis, 1840 ), a ele atribuída”. ( 1 )
Contudo, se no Brasil se nota desde há algum tempo, uma sanha justiceira aplicada pela polícia, justificada certamente por provas e, ainda mais pelo sofrimento de um povo que sofre na pele a má gestão da coisa pública, em Portugal, o processo Marquês continua paradíssimo, continuando a família Pinto de Sousa a apoiar-se mutuamente, comprando casas na praia para que o seu membro mais ilustre viva tranquilamente.
Neste contexto nem sequer o empobrecimento generalizado do povo português, o resultado da corrução e da desastrada governação, comove os nossos tribunais que deixam tudo bem parado, frustrando toda a nossa fome e sede de uma Justiça que nos é bem necessária. A isso assistimos quotidianamente pelos muitos casos de denegação de justiça aos que trabalham e circulam em condições perigosas, tal como aconteceu em Borba, sendo isso uma prova evidente de que o Estado deixou de cumprir cabalmente as suas obrigações de assegurar a nossa segurança no trabalho e nas rodovias.
Felizmente, os juízes mostraram descontentamento com o Estado da Justiça, onde vemos como nem tudo são Rosas, havendo por essa razão alguma esperança.

( 1 ) Óscar Gama Filho – Razão do Brasil, José Olympio Editora, 1991, p. 20.

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