Difícil fugir ao tema “greve” pela presença e expressão que tem tido nos nossos dias. Afinal qual é a justa medida dos protestos dos trabalhadores, das suas reivindicações, das lutas por melhores condições e salários no trabalho?… Até onde se pode ir? Forçando e provocando situações insustentáveis e de rotura que atingem sempre os mais frágeis!
Olho para a saúde, os blocos operatórios encerrados, e por mais justas que sejam as exigências dos enfermeiros, estas esmorecem aos meus olhos perante a injustiça de quem fica sem a cirurgia há tanto esperada. Olho para os portos, legítimos e justos direitos dos estivadores certamente, mas aos meus olhos claudicam perante o “engarrafamento” que provocam no PIB e nas exportações.
Penso no porto da Figueira, se paralisasse a saída da pasta de papel… Olho para os guardas prisionais, as exigências de melhoria laboral justas certamente, mas que deixam os reclusos sem almoço de natal! Respeitando o direito à greve todavia não há greve que seja justa quando a desproporcionalidade dos efeitos que provoca na ordem económica e social e no dia-a-dia das populações.
Penso em Macron, hoje refém das cedências que teve que fazer e penso preocupada no meu País. Qual a explicação para esta epidemia? Qual a razão deste surto? Julgo pois que se encontra algures entre as expectativas criadas pelo sucesso dos progressos na política orçamental, e a ambição de influenciar os programas eleitorais na representação de interesses do mundo do trabalho.