Opinião – “A venda a retalho continua?”

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Não faz nenhum sentido, acho até uma irresponsabilidade, que se aceite que o governo – seja ele qual for – “se veja livre” de responsabilidades sociais, entregando-as às autarquias locais. Não é justo para os autarcas e muito menos para os cidadãos.
Descentralizar é aligeirar responsabilidades. Regionalizar, seria atribuir responsabilidades.
Podendo parecer que é a mesma coisa, que têm o mesmo significado, tal não é verdadeiro. Perceba-se!
Portugal foi cometendo erros, muitos e graves, transversais a todos os governos.
Vivemos uma enorme instabilidade porque algumas decisões não tiveram como objectivo a defesa integral do país, antes a defesa de privilégios individuais e coletivos.
Nada justifica que se tivesse vendido a retalho algumas pérolas da nossa economia, com o argumento, falso, que seria para baixar ou atenuar o déficit.
É uma mentira descarada, assim como a própria definição de estatística – já no reinado de Henrique VIII o era – e muito pior, o argumento, ou não argumento, da média europeia.
Tudo a cheirar a falso; tudo a ter agora o sabor de falso!
Chegámos, a uma enorme e grosseira encruzilhada, com os portugueses e os governantes, após 4 décadas de governação a pensar unicamente nas corporações e não no país.
Mas pelo “andar da carruagem” vamos cavando mais problemas, muitos e fundos; um dia destes sem resolução! E vão ser os mesmos a pagar, os mesmos a sofrer, os mesmos a ficar sem emprego e sem casa, os mesmos a ser ajudados, por aqueles que os prejudicaram; a caridadezinha!
Os gravíssimos acontecimentos em França deveriam trazer alguma preocupação. Mas o poder político, todo ele, mesmo até os que têm intenção de ajudar à governação, aturam tudo em nome de um casamento “não anunciado” e potencialmente com violência doméstica!
A paralisação do país, desde enfermeiros até guardas prisionais, passando por juízes e estivadores, até professores, não é um bom augúrio para o ano que dentro em breve se inicia.
Enquanto os hospitais públicos não cumprirem a sua missão, e os prisioneiros não tiverem dignidade na prisão – mesmo tendo sido indignos cá fora – enquanto as forças de segurança forem sempre criticadas, ou por fazerem ou pelo seu contrário, a coisa não anda.
Enquanto as classes sociais se digladiam com o governo, enquanto a economia por efeito disso nos poderá levar ao abismo, a malta discute as touradas, com o deputado do PAN a ser a figura de cartaz.
Enquanto o turismo nos “encher os bolsos” – ao país, claro – e a Europa aqui desaguar sem cessar, a coisa vai correndo. Vai-nos correndo o côco! Desculpem lá o acento circunflexo, não vá algum modernaço ler de outra forma!
Cá pela paróquia vamos aceitando de bom grado o que nos querem impingir.
Enquanto o centro do País for vivendo de expedientes e sem vontade própria, ou seja, sem que ninguém se “chateie” a sério, nem tenha capacidade de mobilizar os cidadãos para se atingir objectivos bem definidos, só falta ver passar os aviões…porque comboios passam de vez em quando!
Quando se continua a “falar mal” do Sócrates, ele que defendeu um novo aeroporto e o TGV a partir de Sines, o pirata era ele?
Será que a venda a retalho vai continuar? E eu sei…?

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