1. O Museu do Douro uma inspiração para Coimbra
Da parte da tarde visito demoradamente o “Museu do Douro”. Dedicado à Promoção da Região demarcada do Douro e ao Vinho do Porto desenvolve actividades culturais, investigação e arquivo num amplo espaço modernizado, arejado, que alberga exposições, auditório e salão de vendas desde livros a vinhos, desde vestuário a recordações diversas.
E pergunto, estupefacto a mim mesmo, porque é que a Régua, com os seus escassos 17.000 habitantes, tem um Museu desta qualidade, virado para o futuro, que a todos nos surpreende, e Coimbra, com todos os seus pergaminhos e conhecimentos, não tem um “Museu de Coimbra. Património Mundial da Humanidade”? Dou voltas à cabeça e não encontro resposta.
2. Fontes e colaboradores encontrados que é justo realçar
Já o disse atrás, mas repito para que fique escrito. Ao anunciar às entidades visitadas que procurava raízes de Coimbra nestas terras, encontrei muitas pessoas competentes e hospitaleiras!
Um deles foi o Dr. Barroso da Fonte, um dos mais fecundos escritores e jornalistas transmontanos. Autor do “Dicionário dos mais ilustres transmontanos e alto durienses”, gentilmente me autorizou a retirar da sua obra os elementos que precisasse para este meu Projecto.
Outro foi o Dr. Alfredo Martins, responsável da Biblioteca de Sabrosa, que por indicação do seu Presidente da CMS, coordenou um trabalho de investigação donde, a partir dos milhares de nomes e biografias da obra acima referida, identificou umas largas centenas de antigos estudantes de Coimbra ilustres transmontanos. Um “bem-haja” a eles sem os quais não seria possível escrever estas Crónicas, com a profundidade desejada.
Talvez seja uma boa sugestão a UC levar a cabo um levantamento deste género, vasto e detalhado, sobre os licenciados que saíram de Coimbra para operar uma vasta transformação pelos 4 cantos de Portugal e do Mundo. A UC daria, assim, mostras inequívocas de que a obra que tem feito vem de alguns séculos para cá e não apenas das últimas décadas! É que isso faz toda a diferença no panorama cultural do nosso País , quando se pretende comparar méritos da UC com outras Universidades!
3. Personagens ilustres da Régua ligadas a Coimbra
Baseado na investigação referida, encontrei mais de duas dezenas de reguenses que estudaram em Coimbra, seleccionei esta pequena amostra, por ordem cronológica:
Custódio José Vieira (Régua.1822-79 ): Bacharel em Direito (UC) distinguiu-se como advogado e deputado do Partido Regenerador. Escritor e jornalista polémico e clarividente, com carreira prestigiada.
Guilhermino Barros (Régua – 1835-1900 ). Licenciado em Direito (UC). Deputado altamente prestigiado. Foi Governador Civil de Lisboa e de Bragança
Antão de Carvalho (Régua – 1871-1948): licenciado em Direito (UC), politico, deputado, ministro. Presidente da CM Régua e fundador da Casa do Douro. Uma Avenida principal e um Monumento no Centro da cidade prestam-lhe justa homenagem.
Virgílio Correia (Régua.1886-1944 ): Licenciado e Doutorado em Letras (UC). Professor universitário e Diretor do Museu Machado de Castro. Diretor do Diário de Coimbra. Vasta obra literária, muitos e importantes artigos sobre a arqueologia e etnografia de Coimbra.
Altino Cardoso (Régua.1941 ): Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da UC. Seguiu a carreira das artes, e especializou-se em música (violino) pelo Conservatório de Música de Coimbra. Hoje é um dos mais conceituados músicos deste País, compondo inúmeras obras para tunas, orquestras, música de câmara. Marchas para vilas e cidades deste País.
António Barreto (Foz do Douro.1942 ): Viveu grande parte da sua juventude na Régua, donde era a família. Frequentou a Faculdade de Direito da UC ( 1960-63), altura em que se dedicou activamente ao Teatro no TEUC. Intelectual de craveira, político activo do PS foi entre outros cargos Ministro do Comércio e do Turismo e Ministro da Agricultura e Pescas.
