Poderá soar a crueldade mas, no Departamento de Arquitetura (DARQ) da Universidade de Coimbra, a tempestade Leslie suscitou uma trágica ironia. O rasto de destruição deixou professores e futuros arquitetos sem um… teto.
Infiltrações, espaços a céu aberto, tetos caídos na galeria exterior, vidros partidos e salas inundadas. As fotos partilhadas por muitos alunos do departamento nas redes sociais são bem elucidativas e retratam um panorama devastador que colocou, temporariamente, estes estudantes, futuros arquitetos, na condição de “sem abrigo”.
O DARQ foi mesmo obrigado a suspender a sua atividade até que sejam garantidas as condições mínimas das instalações. Apesar destas não estarem encerradas, foi deixado um aviso nos acessos onde se desaconselha a entrada no edifício devido à “falta de segurança”.
Nesta altura, a direção tem concentrado energias na resolução dos problemas mais urgentes, aproveitando a melhoria das condições climatéricas, revela o Núcleo de Estudantes de Arquitetura da Universidade de Coimbra, que tem acompanhado o processo bem de perto e em “permanente diálogo” com o corpo diretivo.
“Temos estado em contacto permanente com a direção do departamento. Estão a ser feitos todos os possíveis para retomar as aulas o mais depressa possível. Mas, neste momento, o DARQ não oferece condições de segurança. Há espaços a céu aberto, vidros partidos, telhas levantadas e inúmeras infiltrações”, adiantou Joana Correia, presidente do Núcleo de Estudantes.
Contudo, a jovem recusa associar estes recentes danos às já precárias condições que o departamento apresentava. “Muitos espaços da universidade ficaram com estragos. Infelizmente, esta intempérie chegou a todo o lado e, por isso, não devemos fazer uma associação sem cabimento”, acrescentou.Ainda assim, nem tudo são más notícias. Na biblioteca, um dos espaços mais relevantes para a atividade do departamento, apesar das janelas partidas, o acervo ficou incólume, não havendo registo de livros danificados, de acordo com a estudante.
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