A localização da nova maternidade de Coimbra, cuja construção foi anunciada pelo Governo no final de 2016, pela voz do então ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, continua a merecer a atenção da sociedade civil. Na altura, Adalberto Campos Fernandes, durante uma visita ao Hospital Pediátrico, divulgava, inclusivamente, a disponibilização de quatro milhões de euros para a primeira fase da obra.
Ora, hoje, em outubro de 2018, a primeira pedra do projeto ainda não foi atirada. Paralelamente, discute-se a morada da prometida unidade de saúde, com o Hospital dos Covões a entrar nas “contas”.
Ontem, este debate foi “transferido” para o auditório da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), onde o Movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) abriu lugar ao diálogo. Os deputados dos grupos parlamentares do PS, PSD e Bloco de Esquerda, João Gouveia, Fátima Ramos e José Manuel Pureza, respetivamente, e o cardiologista Armando Gonsalves, presidente da antiga Liga dos Amigos do Hospital dos Covões, foram os protagonistas de uma sessão que decorreu num registo muito tranquilo e civilizado.
Coube a João Bizarro, jornalista da TVI, a responsabilidade de moderar o encontro, e a Jorge Gouveia Monteiro, coordenador do Movimento CpC, dar início à discussão, com o mote “Covões com qualidade para a nova maternidade”.
“Nos últimos anos, o investimento foi marcado por três grandes obras públicas: Uma ponte (‘Rainha Santa da Europa’), um hospital pediátrico e um sistema de mobilidade que destruiu o que existia. O dinheiro tecnicamente sorvido por essas três obras técnicas dava para construir tecnicamente uma dezena de maternidades”, argumentou o líder do movimento e promotor da iniciativa, acrescentando que “a maternidade é a pedra de toque que vai ditar o renascimento ou o fim dos Covões”.
Coimbra e a “síndrome do PowerPoint”
Apesar da relativa amplitude de “cores políticas” ali representadas, foram mais os momentos de convergência do que os de discordância. As críticas ao impasse sobre a construção da nova maternidade, a opção por centralizar os serviços prestados pelas maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos, e o desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde foram consensuais entre os intervenientes.
O primeiro a tomar a palavra foi Armando Gonsalves, que a criticou a “a falta de investimento que está a prejudicar muito os cuidados de saúde prestados aos doentes”. Na mesma “linha”, Fátima Ramos alertou para a “carência de recursos humanos e técnicos nas maternidades que estão a funcionar” e garantiu que o PSD “quer sim terminar com este impasse na decisão, contribuir para a resolução”. “O que importa é que seja feito! Desafio os partidos que suportam este Governo a pressionarem para que esta situação seja resolvida. A nova maternidade não se pode transformar num caso do género do Sistema de Mobilidade do Mondego”, apelou, concordando com qualquer das localizações.
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