Numa língua, um estrangeirismo é o emprego ou a incorporação de palavras, expressões e construções estrangeiras – muito mais frequentes, no nosso caso, os anglicismos e os francesismos, mas também há, entre outros, italianismos, espanholismos, germanismos, e basta referir futebol, telex, ringue, sanduíche, abajur, chefe, matiné, pizza, cicerone, guitarra, quadrilha, cerveja, gás, touca, para percebermos como seria a nossa comunicação sem eles.
Por necessidade (de designar objetos ou fenómenos novos, para os quais não existe termo considerado adequado na nossa língua) ou por motivos de carácter sociológico (ignorância, aculturação,…), a preferência por palavras estrangeiras em detrimento das portuguesas (ou mesmo a irritante tendência de alguns emigrantes portugueses se exprimirem nuns sofríveis francês, inglês ou alemão aquando das férias) é ancestral e não deve ser analisada sem atendermos a que também a língua portuguesa deixou vestígios por esse mundo fora (por exemplo zebra e mosquito no inglês, caramelo e alecrim no castelhano, ou no francês o bambu e o… fétiche!).
Nos últimos tempos, habituámo-nos às fake news (notícias falsas partilhadas sobretudo via internet com o objetivo de denegrir a imagem de alguém, criando polémica pelo seu teor normalmente dramático e apelativo), mas, felizmente, também vai fazendo o seu caminho o fact checking (verificação/checagem de factos ou dados, ou seja, o trabalho de confirmar e de comprovar – sobretudo na política – erros, imprecisões e mentiras). Voltarei ao tema!