Opinião: Amanhã faço dieta porque hoje não me apetece

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Nota prévia: o artigo que se segue pode conter referências consideradas chocantes por pessoas abaixo dos 40 anos. Assim, se for o seu caso, para minimizar o embate, comece por googlar todas as referências a sublinhado. E, depois de parar de rir, aí sim, leia atentamente o texto que se segue.

Uma amiga que teima em torturar-me com sugestões de jejuns e exercícios, enviou-me uma InstaStory acompanhada de um smile em versão divertida. Lá espreitei, desconfiada, e deparei-me com o Herman José, cantando e rindo, na galhofa com a mãe, “Amanhã faço dieta, amanhã faço dieta, porque hoje não me apetece”, a provarem que o humor é privilégio de família.
Ora nem mais! Rendida, troquei a Taxa Robles e todos os discursos da Catarina, Rio, Costa, Jerónimo e Cristas, lda. pela loucura do Senhor Feliz. Dali por diante, nada nem ninguém me desviariam do Instagram do Enciclopédico “Eu é que sou o presidente da junta”: do ‘Jorge Jasus’ ao Bruno de Carvalho que não sabe se é Presidente da República ou Imperador do Japão, das gargalhadas da Júlia Pinheiro aos malfadados augúrios do Hernâni Carvalho, do Sousa Tavares ao maravilhoso Carlos Filinto Botelho, enfim… caretas imperdíveis, vozes hilariantes, hashtags improváveis, um fartote!
E lá continuei eu a enfardar gulosamente sketches dos anos 80 como se não houvesse amanhã. Das músicas, Bamos Lá Cambada, Canção Do Beijinho, Saca O Saca-Rolhas, passei ao entaramelado Eu Sofro Por Você, Paula que assinalava o ritmo do Roda da Sorte, um concurso de fim de tarde que o Herman salvou de ser uma grandessíssima estopada e transformou numa digníssima Farfalota Pimpinela (seja lá o que isso for) e cujo cenário ele próprio destruiria com uns sonoros tiros de espingarda. (Tão inacreditável que não admira que este homem julgue que, chegado ao céu, Deus o receberá com um muito óbvio “Benvindo à Disneylândia”).
E n’ O Tal Canal, o José Esteves, d’ O Esférico Rolando Sobre A Erva, a gabar a bela “pomada”. O menino Nelito e a Dona Palmira com o seu carrapito pejado de lápis de carvão, o Tony Silva, grande criador de toda a música rock, a Filipa Vacondeus, amante de paprika, e a criada da Senhora Dona Condensa, Marilu, que afinal se chamava Augusto e estava apaixonado pela menina Cilinha.
E, a seguir, no Hermanias, o verdadeiro artista, Serafim Saudade, e as suas partenaires. E também no Casino Royal, o Cachucho, a Smirnova, a Pesterosa e a Pepracova, a Ivete Carina apaixonada pelo croupier da roleta, e ainda o próprio Hitler, de olho na Celeste, a mulher do dono do casino viciada em “cafezinhos com leite”.
E o Diácono dos Remédios. E o Melgashop, famoso espaço de televendas. Fantástico, Mike!
E ainda o Nelo, do Herman SIC, o tal que tinha “resmas de gajas” e havia de acabar com a Idália, “menção honrosa do Festival de Cinema da Porcalhota”.
E, pelo meio, o Humor de Perdição e as suas mal afamadas entrevistas históricas que enxofraram uns quantos e fizeram limpar o bolor dos lápis azuis deste país, terra das Maximianas da Merdaleja e das Purezas que afinal se chamam Marisol. Triste fado o nosso!
E, por fim, ainda investiguei o Crime na Pensão Estrelinha.
E também o José Severino, convidado para comentar um programa televisivo, por engano, em vez de um radiotelegrafista chamado Perfeito Calhau. O Severino, pasteleiro de profissão, lá foi respondendo “Eu É Mais Bolos”…
Pois também eu, meus caros (e pacientes) leitores. E, por isso, por ora, vou esquecer a política e empanturrar-me com estes pitéus. E amanhã faço dieta porque hoje não me apetece!

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