Opinião: Pen Summit

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Não são loucos, mas não têm cura. São só transtornados. São os mandamentos morais do Bloco de Esquerda, que tardavam em regressar. Depois de não terem conseguido defender um dos seus apanhado na especulação imobiliária, tudo e todos podem ser alvo dos seus devaneios, nem que seja por vingança.

Já era de prever que assim fosse, depois de um Verão traumático com o caso Robles e um acampamento para carregar baterias em Castelo de Bode, de onde os jovens do BE devem ter regressado mais fortes do que nunca depois de debaterem temas como “Desconstrução da masculinidade tóxica”, ou “A propriedade é roubo: socialização dos meios de produção” e ainda o “Direito à boémia: necessidade de vida noturna para produção e radicalização cultural”.

Certamente inspirada por estas discussões campistas, a jovem deputada bloquista Isabel Pires decidiu pronunciar-se sobre o convite da Web Summit dirigido a Marine Le Pen e afirmou: “Não é aceitável usar dinheiros públicos para ajudar Le Pen a passar mensagens de ódio”, defendendo que o governo e a autarquia lisboeta devem tomar posição.

Em conferência de imprensa realizada esta terça-feira na sede do Bloco de Esquerda, a deputada pronunciou-se sobre o convite dirigido a Marine Le Pen e recordou que “estarão a ser usados dinheiros públicos para ajudar a publicitar uma mensagem que é propalada por esta líder da extrema-direita francesa”.

O Bloco, pela voz da sua jovem deputada, esqueceu-se de aproveitar o momento para pedir o fim do Parlamento Europeu, onde Marine Le Pen teve assento e a mesma voz, mas os dinheiros públicos europeus não a devem incomodar (os fundos europeus ainda dão jeito a muitos bloquistas, incluindo à líder Catarina).

Também podia exigir à República Francesa que a amordaçasse ou, pelo menos, que lhe retirasse apoio dos fundos públicos que financiam o seu partido. Lá, como cá, os partidos usam dinheiro público, e isso não impediu o Bloco de fazer um acampamento e discutir sobre o “direito à boémia”, ou estudar “Desobediência Civil”, tema que de certeza nada terá a ver com incitamento ao ódio.

Desconheço se o governo ou a autarquia lisboeta irão tomar qualquer posição, como manda o Bloco. Sei é que mais estúpido do que convidar Marine Le Pen para falar sobre o futuro na Web Summit, é agora proibir a sua vinda. Podia a deputada lembrar-se de sugerir convidados para debater com ela e desmontar o seu discurso e argumentos?

Podia, mas é mais fácil proibir. Podia a deputada convocar um acampamento para protestar contra a presença da senhora? Podia, mas ainda há dias tiveram um em Castelo de Bode e quem está no poder manda, não acampa.

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