Opinião – Manta Rota

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Fez há dias quatro anos que o primeiro-ministro de Portugal foi passar férias de Verão à Manta Rota, sabendo já que estava em marcha o colapso do BES que tudo sabia, pois por publicidade seguramente enganosa proclamava: “O BES é que sabe”. Talvez por isso alguém diz: “já antes do julgamento me levanto e lhes confesso não com altivez, o contrário, envergonhado da minha humilde condição social: – Não sou doutor!” 1

Soubemos há poucos dias que já é catedrático o tal primeiro-ministro, que teve a ajudá-lo na governação um homem cheio de equivalências e uma licenciatura estranha por isso, e que um ministro da educação anulou e bem. Mas, há outros que dizem ser doutores e o saber eles é nulo ou só serve para fazerem malfeitorias.

Em Julho de 2014, andava a TAP numa estranha deriva de cancelamentos de voos, irritando todos os seus fiéis clientes que quase não acreditavam no que lhes estava a acontecer. Sofri-o porque tive um Congresso em Londres aonde cheguei atrasado por culpa este processo de cancela e remarca com atraso. Era nessa altura Secretário de Estado dos Transportes o Dr. Sérgio Monteiro que, sabemos, a queria vender. Também no estertor do Governo Passos Coelho/Cristas ficou encarregado de vender o Novo Banco, como se esta personagem só servisse para vender… E é disso que é feita a sua biografia de péssimo gestor e de introdutor também de portagens! Tudo revela má formação científica e um espírito pouco dado a alternativas mais amigas da racionalidade, fazendo tudo sempre com despedimentos em grande escala.

E, também, com muito “maldade” contra o Interior.

Por isso, há poucos dias, a propósito da má gestão da CP/REFER, alguém se lembrou dele e o comparou a Pedro Marques, Ministro dos Transportes. E aqui perante a falta deste de um currículo governativo tão extenso como o do primeiro, somos obrigados a perguntar só pelas razões de não ter atalhado atempadamente nos dois anos que já teve de governação os problemas que agora emergiram violentamente na CP.

Apesar de tanta preparação para evitar incêndios catastróficos, eis que irromperam no sul do país, pois no centro já pouco há para arder tal como se pode ver na zona do eucaliptal. Talvez seja a comprovação de que o mundo está perder a guerra contra as alterações climáticas como o diz “eufemisticamente” o “The Economist” de 4 de Agosto passado, apontando aí como solução a produção de software que permita prever o evoluir os fogos, usando inteligência e experiência portuguesa, mas nós sabemos como a má cabeça de alguns oportunistas complicou tudo entre nós.

Quanto aos Estados Unidos, confia o “The Economist” na mudança de mentalidade dos políticos republicanos. Espero que tenhamos sorte nesse lado o mundo.

Por cá não acredito nessa mesma sorte.

1 Eduardo Schwalbach – À lareira do passado:

Memórias, Lisboa, 1944, p. 9.

 

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