Como é possível?

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Deixo-vos hoje algumas reflexões de algo que não julgava possível, ao fim de 44 anos de Democracia. Começo por referir porque me chocou de forma especial as posições do Bloco de Esquerda relativamente a algumas situações que tocam as raias do inadmissível.
Sabemos, todos, que a maioria dos bloquistas vem, ou nasceu, da UDP e do Partido Socialista Revolucionário, PSR, que foram os mais extremistas e radicais dos Partidos Portugueses, havendo obviamente algumas exceções que muito considero, mas que só vêm confirmar a regra.
Se o caso “Robles”, com os seus imensos investimentos imobiliários expôs de forma completa a maneira como afinal as críticas populistas do bloco caem por terra, a questão do Deputado José Soeiro, relativamente aos salários auferidos por acionistas privados, deixa-me, no mínimo, perplexo.
Como é possível que alguém no seu perfeito juízo, queira “obrigar” empresas privadas a pagar aos seus dirigentes aquilo que os Senhores do Bloco entendem que é justo?
Continua numa luta sem quartel, contra a iniciativa privada, ignorando completamente a distribuição de riqueza que já hoje se pratica, com muitos a pagar mais de 50% só de impostos diretos sobre tudo aquilo que auferem, esquecendo que a maioria deles, bloquistas, provêm de Famílias bem instaladas na vida, beneficiando de todas as vantagens capitalistas, resguardando as respetivas “fortunas pessoais” para que ninguém lhes toque.
Como é possível imaginar que a liberdade de expressão é posta em causa por estes Senhores relativamente, por exemplo, ao caso de Marine Le Pen (por quem, desde já declaro, não nutro qualquer simpatia), quando se insurgem por ela ser convidada pela Web Summit, para estar presente no fórum que a mesma organiza em Portugal, subsidiada aliás, em parte pelo Governo Português.
Espanta-me também que o organizador tenha acedido, em tempo recorde, a esta “loucura” de ser controlado por um pequeno partido que afinal pretende a todo o custo, calar todos aqueles que não falam a mesma linguagem e, espantem-se, são apoiados por grande parte dos media portugueses.
Tudo isto é seguramente inconstitucional, mas disso ninguém fala porque não convém a quem imagine-se, quer acabar com a NATO e com a Europa, tal qual a concebemos.
Nem uma palavra aliás, sobre os milhares de milhões que todos os anos continuam a entrar no nosso País, através da solidariedade de uma Europa, que a ouvir este tipo de discursos se deve mostrar, no mínimo, incrédula pela forma como é “tratada” por essa esquerda de “comportamento irrepreensível”.
Confesso que, não sendo, nem de perto, nem de longe, aparentado com a forma como o Partido Comunista reage a este tipo de situações, o considero coerente, embora não menos “perigoso” para a Democracia.
Estes dois partidos, conjuntamente com o PS, formaram aquilo a que chamaram de Geringonça, e que não sei como é possível, sonharem com pontes onde elas não existem, alimentando apenas uma possibilidade de se manterem a governar o País, e onde todos os dias os partidos referidos “engolem sapos vivos” na sua convivência serviçal com o PS.
Chocou-me também de forma especial, o fim da greve dos Professores, em tempo de férias. Só realmente uma ligação, que eu diria quase doentia, ao “Ministro” Mário Nogueira, pode levar a uma postura que considero absolutamente fora de toda a ética, pois a forma como prejudicaram os seus alunos, durante a época de exames, acabou imediatamente com o início das férias.
No mínimo, em meu entender, deviam ter mantido a sua postura e a sua luta, não a tornando apenas uma questão salarial.
Hoje mesmo, o Ministro Mário Centeno faz um discurso congratulando-se com a saída da Grécia, após 8 anos de resgates.
Imediatamente, parte da Geringonça vem arrasar o referido discurso, esquecendo que quem dirige a Grécia, após a vitória eleitoral em Janeiro de 2015 é o Syriza (Partido da Esquerda Radical), tendo como primeiro ministro Alexis Tsipra, apoiado nessa altura pelo “Democrata” Varoufakis, que tão aplaudidos foram pelo Bloco de Esquerda.
Talvez seja melhor proporem à organização do Web Summit a vinda de Democratas convictos, que podem ser Norte-Coreanos, “Maduros”, “Veroufakis” ou quem entendam que serve verdadeiramente a liberdade e a Democracia.
Posso ter sido um pouco reacionário naquilo que acabo de escrever, mas confesso que na minha idade tenho medo que tudo aquilo que vivi e da forma que sou e fui feliz, esteja em vias de extinção, e isso, com o meu silencio não acontecerá, pois tenho a certeza que os meus netos jamais me perdoariam.

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