Olhemos para trás, para cada uma das nossas vidas. De que nos lembramos? Na maior parte das vezes de momentos que, por uma razão ou por outra, tiveram um significado especial ou nos provocaram uma sensação única. Podem ter sido ocasiões especiais (o 1º dia de escola, o 1º beijo, aquela viagem com os amigos, o dia do casamento, o 1º dia no emprego, o falecimento de alguém querido…). Mas também podem ter sido ocasiões aparentemente banais, mas às quais todo o nosso ser esteve ligado: uma conversa com um amigo, aquele passeio de domingo, um picnic em família, a contemplação de uma paisagem. Ou simplesmente o olhar de alguém.
Para usufruirmos desses momentos precisamos de estar alerta (para os reconhecer) e disponíveis (para os saborear). No mundo da educação diz-se que as pessoas aprendem melhor quando todos os seus sentidos são chamados a envolver-se. Diria que o mesmo acontece na construção das memórias que irão fazer parte da nossa vida, do nosso ser.
As férias são uma excelente ocasião para construir essas memórias. Porque normalmente estamos com aqueles com que mais nos relacionamos (família, amigos), porque estamos mais libertos do frenesim do quotidiano, e porque temos a oportunidade de fazer algo “fora do comum”. Podemos pois, provocar a ocorrência desses momentos que nos acompanharão para sempre.
Fica o desafio neste tempo de férias: que vamos para além do (merecido) descanso e saibamos reconhecer ou construir ao menos um momento que passe a fazer parte da nossa história pessoal.