A caça nos distritos que estão em Alerta Vermelho devido ao agravamento de risco de incêndio está condicionada, ainda que não proibida.
O aviso surge hoje, no dia em que começa a caça à rola e ao pombo, embora tal não seja possível até quarta-feira, pelo menos nos distritos de Viseu e Guarda, na região Centro, bem como em Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real, segundo um despacho publicado pelo gabinete do ministro da Administração Interna.
A situação de alerta decorre das previsões de tempo quente e de a Autoridade Nacional de Proteção Civil ter colocado aqueles distritos em alerta vermelho, que é o mais grave.
No despacho do ministro afirma-se que é “proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem”.
O despacho do ministro não faz qualquer referência aos caçadores. Ouvido pela Lusa, o presidente da Confederação Nacional de Caçadores de Portugal, Fernando Castanheira Pinto, disse que a federação recebeu muitas dúvidas sobre se é possível caçar hoje (domingo) ou não, explicando que tal decorre da interpretação do despacho.
“Não há uma proibição de caçar, mas há constrangimentos nalguns locais dos sete distritos em aviso vermelho”, disse o responsável à Lusa, aconselhando os caçadores desses distritos a, em caso de dúvida sobre se podem caçar num determinado local, não o fazerem.
Castanheira Pinto frisou que a federação está “completamente de acordo” com o despacho.
Também ouvido pela Lusa, José Baptista, do Movimento Caçadores Mais Caça, alertou para a proibição de caçar em vários locais dos distritos em alerta vermelho decorrente do despacho do ministro Eduardo Cabrita.
O responsável disse que isso mesmo lhe foi confirmado por “departamentos do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA)”, da GNR.
José Baptista disse ainda que, com ou sem proibições, o primeiro dia de caça será sempre pouco produtivo, porque a caça em Portugal é cada vez menos, um dos motivos que também tem levado os caçadores a abandonar o desporto.
“Das quase 250 mil pessoas com carta de caçador apenas tiraram licença para caçar cerca de 124 mil. Há milhares e milhares de caçadores a desistir de caçar”, concluiu.