Três notas

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As duas primeiras notas que se seguem foram enviadas ao Diário As Beiras. A primeira, redigi-a a propósito da missa de sétimo dia do Professor Agostinho de Almeida Santos e que se transcreve:
1. “Partiu mais um cidadão exemplar. Deixou-nos o Professor Agostinho de Almeida Santos, pai da fecundação in vitro no nosso país, hoje designada Medicina da Reprodução. Deu significado à vida a milhares de pais e alegria a outros tantos avós. Parte, amigo e irmão, Professor Agostinho de Almeida Santos. Com o vosso exemplo, vão despertar novas vontades e o novo caminho da esperança se abrirá. Esperamos que o seu exemplo se difunda para que os deveres sejam a primeira prioridade e não os tão proclamados direitos. Até breve, amigo, companheiro, até irmão; eu que sou crente, peço que o Criador te ilumine o caminho da nova vida até voltarmos a reencontrar-nos.Partiu mais um dos últimos soldados do império, em que a honra, a palavra e os deveres se sobrepunham ao receio de perder a vida.
Repousa em paz, amigo e irmão”.

A segunda foi redigida no âmbito da última lição do Professor Manuel Antunes, como se transcreve de seguida:
2. “Vai fazer a última lição o Professor Manuel Antunes, cirurgião cardíaco altamente respeitado em Coimbra, no nosso país e a nível internacional. Figura de referência, determinado, empenhado e lutador indescritível, até porque foi o único que expandiu o serviço porque lutou e venceu as limitações dos que medem a qualidade pelo conceito de poupança dos administrativos.
É digno (tal como o Professor Elysio de Moura) que figure para sempre o seu nome no frontispício do serviço que criou e, tal como Elysio de Moura, se não uma estátua, pelo menos um busto de Manuel Antunes em que no rosto se expresse a sua preocupação e determinação. Que os seus herdeiros o mereçam”.Deixo uma terceira nota, que redijo agora.
3. Relembro ainda estas duas personalidades porque acresce que tiveram em comum oporem-se à lei da subserviência na Saúde, em que os cargos não são por eleição nem por concurso, mas por nomeação, obedecendo à subserviência. Estranho o que ouvi dizer a políticos altamente credenciados que em Itália havia um governo diferente quase todos os dias, mas tudo funcionava sobre rodas. A razão para mim é simples: os cargos seriam atribuídos pelo mérito e não pela subserviência.
Agostinho de Almeida Santos pediu a demissão de Director do Hospital quando isto estava a acontecer e Manuel Antunes engrandeceu o serviço, apesar de prosseguir o referido…
Aproveito para prestar homenagem ao Dr. João Pedroso de Lima, administrador hospitalar, ao Enfermeiro Arlindo, ao Engenheiro Octávio, aos quais após a construção do novo Hospital, se acrescenta os nomes do Dr. Júlio Reis e do Engenheiro Moutinho, porque todas as decisões que o nosso Conselho de Administração tomou foram por unanimidade. Os de eleição recusaram ser nomeados e no curto espaço de quatro anos trouxe-se para Coimbra o Centro da Medicina Portuguesa. E agora? Não estará em agonia?!

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