Opinião: Subitamente, a iniciativa privada…

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A carência de um espaço para o funcionamento da ginástica é uma necessidade há muito identificada em Coimbra, pelo que não há grandes dúvidas quanto à pertinência da sua construção. Ainda assim, são várias as questões no processo do complexo desportivo integrado e centro olímpico de ginástica que nos levantam dúvidas.

A urgência do processo é uma dessas questões, sendo de assinalar a diligência patente no comportamento do executivo camarário, que trouxe à apreciação da última Assembleia Municipal um tema que tinha ido a reunião de Câmara há menos de duas semanas e imediatamente alvo de notícias plantadas, até nos media nacionais. Porquê esta urgência?

Outra questão relaciona-se com as condições em que o negócio vai decorrer, parecendo-nos importante, perante o valor patrimonial do terreno a ser concessionado por 40 anos, recomendar que a base de licitação seja mais elevada e que as contrapartidas sejam mais claras e mais ambiciosas.

Mas os problemas não ficam por aqui. Quem vão ser os beneficiários deste centro olímpico de ginástica? O Centro Norton de Matos, a AcroGym, a Académica, o ACM e o Vigor? Ou ficará algum de fora?

Já está definido o modelo de gestão para o centro olímpico de ginástica? O Sr. Verador Carlos Cidade, apesar da nossa pergunta na Assembleia Municipal, não respondeu nos esclarecimentos que fez.

Foi efetuado algum estudo que sustente a necessidade de mais piscinas no município e que meça o impacto que mais esta piscina (privada) prevista no complexo desportivo, a construir e concessionar, vai ter no número de utilizadores das piscinas municipais? Se é verdade que as piscinas municipais têm uma ocupação superior a 90% fora do horário escolar, também é verdade que esta ocupação desce para baixo dos 20% nesse horário.

Porque não aplicar a proposta inscrita no programa da coligação Mais Coimbra, que visa a compatibilização dos horários escolares com a prática desportiva, por via de criação de sinergias entre escolas e clubes, tendo o município como mediador, e, assim, permitir contribuir para uma maior qualidade de vida dos nossos jovens, bem como para uma utilização mais eficiente dos equipamentos desportivos em causa. Não entendemos esta cultura despesista e facilitista do executivo camarário.

Todavia, concordando com o Sr. Vereador Carlos Cidade, quando este diz que “é fundamental criar condições que permitam a construção destas novas instalações (…), aproveitando o interesse de entidades privadas que querem investir”, sugerimos que se sinalize muito bem a “pedra” em que este investidor específico tropeçou e o fez “cair” aqui em Coimbra, para que no futuro mais investidores possam ali tropeçar para investir na cidade e porque não no iParque.

Ou será melhor, desde já e face à escassez, encaminhar este investidor para construir o complexo desportivo no abandonado parque tecnológico e começarmos já a abater nos 300 postos de trabalho anunciados com o putativo investimento no iParque que estaria para breve em outubro do ano passado.

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