Opinião: Realidade mata discurso oficial

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No discurso do Dia da Cidade, Manuel Machado (MM) afirmou que Coimbra é a cidade portuguesa com maior crescimento percentual de empresas gazela (jovens pequenas empresas com crescimento rápido e sustentado).
Em nome da verdade vamos citar os relatórios da CCDRC: Coimbra tinha sete empresas gazela em 2015 e dez em 2016, descendo para sete em 2017. Em 2017 Coimbra tinha o mesmo número de empresas gazela que Torres Vedras! Outras CCDR do país não usam esta terminologia.
Quanto ao investimento empresarial na Região Centro, no âmbito do Centro 2020 e do Compete 2020 (Boletim de Maio da CCDRC), as regiões de Aveiro e de Leiria são aquelas que contam com mais fundos aprovados, seguindo-se as regiões do Oeste e Viseu Dão Lafões. Coimbra surge apenas num desonroso quinto lugar! Aveiro já viu mais de 400 milhões de euros de fundos atribuídos, enquanto Coimbra ainda não chegou aos 150 milhões.
Porquê estes problemas? Porque a CMC desincentiva os investidores privados com taxas elevadíssimas e uma burocracia inesgotável, empurrando-os para concelhos vizinhos. É urgente uma revisão em forte baixa do Regulamento de Taxas e Preços municipais, que já propusemos (iremos insistir) e uma agilização do funcionamento da CMC.
O PS de Coimbra acha que Coimbra deve ser essencialmente uma cidade de serviços públicos, hostilizando a iniciativa privada. As consequências são dramáticas, sem nenhum grande investimento, com pouca criação de emprego, diminuição da população e desvalorização do concelho.
Por isso mesmo, enquanto alguns concelhos crescem continuamente, como Aveiro, Leiria e Viseu, com crescimentos de 4,2 a 5,3%, entre 2001 e 2017, o concelho de Coimbra perdeu 9,5% da sua população residente, que actualmente é apenas de 134252 habitantes! Dentro em poucos anos, Leiria será o concelho mais populoso do Centro, com uma contínua perda de importância de Coimbra.
MM afirmou ainda que Coimbra é a quarta capital de Distrito com maior poder de compra per capita. Pois, não é mentira, mas a verdade é que é apenas a sétima cidade, a seguir a Lisboa, Porto, Oeiras, São João da Madeira, Sines e Faro.
A questão que devemos colocar é a seguinte: dos indicadores sociais do concelho de Coimbra, o que se deve à acção da CMC? Na realidade, quase nada, pois esses indicadores dependem da sorte de termos o CHUC, a Universidade e o seu Património Mundial, o Politécnico e o empreendedorismo ligado aos jovens licenciados e doutorados (e não só!). Um dos exemplos é o Instituto Pedro Nunes, que MM gosta de dar como exemplo de sucesso, mas que felizmente é gerido pela Universidade e não pela Câmara.
Perdidos em equívocos, limitações e falta de estratégia, MM e Carlos Cidade vivem à sombra do (bom) trabalho de outras instituições.
Coimbra não pode continuar a ser asfixiada por uma Câmara que pouco mais faz do que uma má e atrasada gestão corrente e uma fácil distribuição de cheques do município, que qualquer um é capaz de fazer.
Vamos libertar e estimular o potencial de Coimbra e crescer rumo ao futuro?

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