O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, confessou, em Cantanhede, que “vamos ter de passar mais um mês ou dois a fazer uma avaliação mais minuciosa” sobre a poluição ambiental provocada pelas descargas de águas residuais do “Intercetor Sul” da Águas do Centro Litoral (AdCL). O responsável admite que o fenómeno vai continuar, regularmente, na Vala da Vela, que atravessa o território dos concelhos de Cantanhede e Mira, “pese embora todos os riscos ambientais e até sociais que estas questões colocam”.
Numa nota de imprensa, a autarquia dá conta de que Carlos Martins referiu – num encontro que teve na Assembleia Municipal de Cantanhede na passada sexta-feira – que, “para além dos estudos que a (AdCL) tem estado a realizar, vão ser efetuadas inspeções vídeo para encontrar a razão por que os caudais se mantêm praticamente constantes, para determinar se é por afluências indevidas ou por infiltrações”.
Depois de afirmar que “a construção de uma ETAR não demorará menos de dois a dois anos e meio”, o secretário de Estado respondeu à preocupação da presidente da câmara, Helena Teodósio, sobre o que fazer até lá, manifestando a esperança de que, entretanto, “venha a ser descoberta alguma anomalia que possa ser resolvida rapidamente de modo a repor o caudal no padrão de 2014 ou 2015, quando ocorriam um ou outro episódio de descarga, mas nada como agora, que está a acontecer quase todos os dias”.
Helena Teodósio considera que se trata de “um problema que já se arrasta há tempo demais e que nos suscita as maiores preocupações”, acrescentando a sua preocupação quanto à “solução definitiva demorar pelo menos três anos a ser implementada, o que nos coloca perante a necessidade de serem tomadas medidas efetivas para evitar que as descargas do “Intercetor Sul” da AdCL ocorram”.
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