“O gasóleo irá aumentar meio cêntimo por litro e a gasolina custará mais um cêntimo”, era a notícia do “Expresso” em abril. A maioria culpa o Governo, e os impostos, pela despesa acrescida nas bombas de gasolina. Os combustíveis pelo lado do preço transformam-se em arma contra o “sistema”. As empresas de transportes ameaçam paralisar o país perante mais despesa “na estrada e nos transportes”.
Só uma minoria reduzida consegue ver os benefícios do aumento dos combustíveis. E quais são esses benefícios? Mais eficiência e menos poluição. Os motores térmicos a gasóleo são o elemento mais poluente nas nossas sociedades, logo seguidos dos motores a gasolina. Não há dúvidas que grande parte dos problemas respiratórios estão associados às micropartículas libertadas, tão invisíveis quanto letais. O cancro mais prevalente e mortal em Portugal é o do pulmão.
Os veículos elétricos e o transporte ferroviário tornam-se soluções mais competitivas se os combustíveis refletissem efetivamente o seu custos ambiental e social. Existem soluções elétricas compatíveis com o transporte de mercadorias, mas a indústria tarda em investir seriamente neste setor porque o gasóleo…é barato.
A esperança de quem vê o preço subir é que tal evidência leve as pessoas a considerar andar mais a pé, comprar uma bicicleta (elétrica para subir e descer facilmente as nossas colinas), apanhar um comboio, comprar um carro mais eficiente,…beneficiando a comunidade, reduzindo o peso da importação de combustíveis fósseis e o seu contributo para as alterações climáticas.