De vez em quando o mundo acorda “quedo e mudo” com a divulgação de imagens sobre problemas humanitários. A imagem tem essa característica própria, transmite fortes mensagens e fortes emoções, acordando-nos para problemáticas que na indiferença e no alheamento do nosso dia-a-dia vamos esquecendo as “desgraças que vão pelo mundo”. Falo disto, pois na semana passada julgo que ninguém ficou indiferente às imagens de crianças mexicanas “enjauladas” e separadas dos seus pais, em centros de emigração. Julgo ainda que se tratou de contrapropaganda Trumpista no sentido de dissuadir quem tenta atravessar o muro, um muro que ainda não é muro mas promete há muito sê-lo!

Certo é que o principal problema não é atacar Trump nem a sua hedionda falta de sensibilidade, o problema é de todos! A própria incapacidade da Europa nestas matérias tem sido notória transfigurando-se por vezes numa “desunião europeia” como foi recentemente no caso do navio Aquarius, em que valeu a Espanha, com um Governo ainda em estado de graça que adptou uma atitude altruísta e generosa, de resto idêntica à que Merkel adoptou na Alemanha com os refugiados.

Relembro a foto do menino sírio de três anos afogado na praia turca e que tanto chocou o mundo! Nessa altura, o problema dos refugiados e das emigrações gerou uma onda de solidariedade e compreensão para com estes problemas, mas, é sempre “sol de pouca dura”, pois a emoção desvanece-se e o que conta é a política!