Opinião: Lições

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São várias as lições que se poderiam tirar do atual conflito que opõe governo e sindicatos da educação e que lança de novo a instabilidade no setor. Mas há duas que sobressaem. Em primeiro lugar, fica claro que a ambiguidade tem riscos. Em política (pelo menos em Portugal), a linguagem ambígua faz parte do “jogo”. O uso da mesma (em discursos ou documentos) garante leituras diversas e interpretações adaptáveis pelos vários intervenientes ou pelo público em geral.

Neste assunto tão sensível, ter-se-á ido um pouco longe de mais: o Governo (ou a bancada socialista no Parlamento) deixaram na Lei do Orçamento de 2018 um texto que, aparentemente, permitia várias leituras. Confiaram que, em devido tempo, seriam capazes de fazer valer a sua interpretação junto dos seus parceiros de coligação. Não contaram com outro tipo de motivações que entretanto emergiram, tendo cometido um erro de cálculo grave. E nem a tão apregoada “habilidade” do líder lhes valeu, encontrando-se agora num beco sem saída (fácil).

A segunda lição é que os sindicatos (estes) não olham a meios. É sabido que, na luta sindical tradicional (…ainda da era industrial) se acredita que, para se ser eficaz, é preciso “bater onde dói mais”. Mas isso não justifica que se semeie a angústia e a incerteza na vida de milhares de jovens (e de pais…e de professores) e se lance o caos numa das mais importantes atividades do país. A educação merece mais. O nosso futuro merece melhor.

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