Opinião: Coimbra Capital Europeia da Cultura 2027. Aberta e abrangente até onde?

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1. O que significa Capital europeia da cultura? Para que serve?

Capital europeia da cultura é uma prestigiada iniciativa da União Europeia com o objectivo de promover anualmente uma cidade (ou Região) da Europa, pelo período de doze meses dando-lhe a oportunidade de se dar a conhecer à Europa e ao Mundo, sob o ponto de vista cultural.

A partir desse estatuto, espera-se que, tal como tem acontecido com a maioria das capitais europeias da cultura seleccionadas até à data, a cidade (ou Região) aproveite o conjunto de oportunidades que surgem inevitavelmente, para com elas ganhar uma dinâmica a nível do desenvolvimento económico e social futuro.

2. O que significa “aberta” neste caso?

Durante a apresentação da Comissão responsável pela elaboração do projecto de candidatura de Coimbra a Capital europeia da cultura 2027 disse-se que a candidatura será aberta e abrangente.
Analisemos a palavra “aberta”. O que é que quererá dizer “aberta”, neste contexto? Será estar à espera de Municípios que lhe venham bater à porta pedir se podem entrar como muitas vezes parece ter acontecido com Empresas e Investidores que anunciam que se querem estabelecer em Portugal e Coimbra fica sentada à espera que aconteça?

Ou pelo contrário, como todos queremos e desejamos, significa que irá constituir-se uma Comissão de Relações Públicas e Negociação capaz de, pelo seu estatuto, experiência e idoneidade, estabelecer pontes de ligação com cidades ou regiões lógicas de entrar nesta candidatura (pelo seu nível cultural, proximidade e ligações a Coimbra)?

3. Até que ponto se quer levar a “abrangência”?

Intimamente ligado ao conceito de “abertura” está o conceito de “abrangência”. Numa cidade multicultural como Coimbra podemos falar de vários tipos de abrangência possíveis consoante a visão pretendida, a capacidade de chegar a consensos, o tempo disponível (neste caso haverá apenas 2 anos pela frente para apresentar a proposta, mas sete anos mais para a colocar no terreno), os meios disponíveis (humanos e materiais).

À partida, poder-se-ão considerar três tipos possíveis de abrangência em termos geográficos; Regional, Nacional, Internacional.

4. Abrangência regional; Coimbra e a sua Região.

A abrangência regional mais lógica será considerar a Região de Coimbra coincidente com a actual CIM, como de resto foi afirmado na apresentação, dizendo-se até, já haver uma concordância de principio.

A CIM- Região de Coimbra é constituída por Coimbra mais 17 municípios; Arganil, Cantanhede, Condeixa, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor o Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Penacova, Penela, Soure, Tábua e V.N. Poiares. Todos eles com uma forte ligação histórica e actual a Coimbra (quase todos os Presidentes e vereadores culturais são antigos estudantes de Coimbra, o que à partida constitui uma ponte de ligação facilitada).

A designação desta Candidatura seria “ Coimbra e a sua Região. História, Património material e imaterial, mais de 20 séculos de cultura”. Complementarmente um subtexto: – dos Romanos aos Castelos e Muralhas do Mondego. Da Fundação de Portugal a Património da Unesco.

Comparada com os outros dois tipos de abrangência ( a analisar na próxima Crónica) seria uma candidatura menos abrangente, menos ousada, mais facilitada que poderia ser, se conduzida com eficácia, um bom pretexto para a revitalização da Região que tão necessitada está a nível de infra-estruturas, de atracção de investidores e empresas, da criação de empregos.

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