Dezenas de casos de vómitos e diarreias reportados no Baixo Mondego

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O presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Coimbra, disse na noite de sexta-feira que nos últimos dois dias foram reportados dezenas de casos de vómitos e diarreias na região do Baixo Mondego, sendo as causas ainda desconhecidas.

Em declarações à Lusa, Emílio Torrão afirmou que a autarquia alertou as autoridades de saúde para a situação, tendo identificado “mais de 50 casos” de crianças, jovens e de adultos com vómitos e diarreias na quinta e sexta-feira, a maioria dos quais esteve na chamado Pontão da Ereira, uma zona balnear existente junto ao rio Mondego, hoje interditada preventivamente pela Câmara Municipal.

Apesar do encerramento temporário da zona balnear, que deverá manter-se durante o fim de semana, Emílio Torrão explicou que “não existe um nexo de causalidade” entre a utilização da praia fluvial e os sintomas da doença, já que “houve pessoas que não foram à água e tiveram os mesmos sintomas” e outras, da Figueira da Foz e de Coimbra, que não estiveram no local.

Segundo o autarca, alguns casos aconteceram na quinta-feira e “bastantes” na sexta-feira e “alguns foram ao hospital”.

Entre as possíveis causas dos sintomas, Emílio Torrão desconfia de “alguma situação de poluição atmosférica causada pelo uso de pesticidas” nos campos agrícolas do Baixo Mondego, adiantando que entre os dias 22 e 27 de junho foi licenciado o lançamento, por via aérea, de produtos fitofármacos nas freguesias de Maiorca e Alqueidão, na Figueira da Foz, que fazem fronteira com o concelho de Montemor-o-Velho.

Outra hipótese, de acordo com Emílio Torrão, é a de uma “virose comunitária” disseminada entre grupos de crianças e jovens que estiveram na zona balnear e depois possivelmente transmitida a outras pessoas que ali não se deslocaram.

Já sobre a hipótese da causa poder estar associada à água do próprio Pontão da Ereira, o autarca disse que “está a ser descartada porque há pessoas que não foram à água”.

“As últimas análises da água são deste mês e está tudo bem. Mas como a maior parte das pessoas esteve no pontão vamos interditá-lo como medida de prevenção”, reafirmou o presidente da Câmara, que disse estar em contacto com as autoridades de saúde e do ambiente no acompanhamento da situação.

Contactada pela Lusa, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) confirmou que a Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego “tem estado a acompanhar a situação” desde a tarde de sexta-feira, após alerta da autarquia de Montemor-o-Velho mas apenas confirma os casos de cinco crianças assistidas na urgência do Hospital Distrital da Figueira da Foz “com sintomas de náuseas e dores abdominais”.

“Mas todas tiveram alta, dado tratarem-se de situações benignas”, adiantou.

De acordo com a informação da autoridade regional de saúde “ainda não foi possível apurar as causas da indisposição das cinco crianças” que integram uma colónia de férias com 130 participantes, argumentando que a Unidade de Saúde Pública “prossegue com as pesquisas nesse sentido, tendo sido tomadas medidas adequadas à situação e que passaram pelo reforço da higiene”.

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