A Rua da Liberdade, em pleno coração do Bairro Novo, tem uma característica única nessa zona: é a única que está ladeada por árvores (cresci a ouvir chamar-lhe “a rua das árvores”).

Estas fornecem uma sombra confortável que nos abriga e convida a caminhar nos seus passeios relativamente largos. Por aí podemos seguir em segurança, cruzar-mo-nos com outros, ver o que nos oferece o comércio que aí encontramos, admirar os edifícios que a ladeiam (e a enquadram) ou simplesmente trocar umas palavras com um grupo de amigos.

Podia a Rua da Liberdade ser melhor? Sem dúvida. Se tivéssemos sido capazes de atrair mais atividade e riqueza, de olhar melhor para os edifícios (protegendo os que merecem e garantindo a qualidade nos novos), de aumentar os espaços para os cidadãos circularem e interagirem, de proteger convenientemente o ambiente (dissimulando os contentores e reduzindo o tráfego, por exemplo)…ou de cuidar melhor das árvores e da sua sombra.

Tal como a rua a que dá nome, a Liberdade, que hoje celebramos, é uma construção preciosa e delicada. Exige (e merece) que dela tratemos de forma contínua, competente e criativa. E que não a tomemos como acabada ou adquirida. Sem dúvida que, nesse trabalho, cometemos erros ou desleixos. Mas estamos sempre a tempo de os corrigir e de fazer melhor. Da mesma forma, só assim será possível garantir que sempre teremos os cidadãos em passeio pela Rua da Liberdade.