Opinião: Há muito Abril por fazer…

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Comemoram-se os quarenta e quatro anos da madrugada de Abril que abriu as portas à liberdade e à reposição da dignidade de um povo inteiro. Depois do golpe dos jovens capitães, seguiu-se nas ruas e nos locais de trabalho uma revolução. O povo mudou o país. Acabou com a guerra. Conquistou amplas liberdades e direitos fundamentais.

À Paz, somou-se o direito ao Pão, a trabalho com direitos, ao salário mínimo, o direito à habitação, à saúde, à educação, à cultura, à segurança social com reformas e pensões. Tais conquistas foram depois passadas para o papel, em letra de forma na lei magna do país, era também Abril, dia 2 de 1976.

E muitos se assustaram. Podia lá um povo cantar liberdade! Podiam lá homens e mulheres finalmente serem iguais perante a lei e almejarem sê-lo de facto independentemente do sexo ou da condição social, tendo acesso ao que antes era reservado em exclusivo a uma pequena minoria.

Esse foi o tempo em que do lado de lá do Atlântico, o Chico cantava Tanto Mar, de uma terra doente reclamava a nossa Primavera e com urgência solicitava cravos e cheirinho a alecrim. E como estão parecidos os novos tempos… pelo menos no que ao Brasil respeita.

Muito mudou e muito há que mudar. Precisamos de fazer cumprir o que não foi feito. Acesso à saúde e à educação. Trabalho com direitos. Habitação condigna garantida. Cultura para todos. Velhice digna. Um país novo na procura de um destino de liberdade e da emancipação dos seus habitantes.

Há tanto Abril por fazer… E está tudo – ou quase tudo -, ali, na Constituição da República. Por tudo isto, eu saio às ruas da cidade, participando nos festejos populares que um conjunto de associações promove, festejando a madrugada que permitiu dar cor a Portugal.

A 1 de Maio, de novo, estarei com os trabalhadores nas ruas da cidade, exigindo uma política diferente. Coimbra e o País serão muito melhores se e quando forem terras onde se faça Abril! E Abril faz-se quando o povo quiser. Nunca é tarde para a liberdade…

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